Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

O mau sinal

 

(…) – Não tens nada?

- Não, nada. Está tudo em ordem. Exceto o armagnac… Já não há. Desculpa-me, Alain!

- O papel de desculpador é meu – disse Alain -, foi culpa minha ter-te deixado subir a essa velha cadeira estragada. – Depois, preocupado: - Mas, meu amigo, estás a coxear!

- Só um bocadinho, mas não é grave.

(…) – O que é que se passou?

- Parti a garrafa – anunciou-lhe Caliban. – Já não há armagnac. Um mau sinal.

- Sim, um péssimo sinal. Preciso de ir depressa para Tarbes – disse Charles. - A minha mãe está a morrer. 

Milan Kundera in “A Festa da Insignificância”

 

Kundera: uma indefinida nostalgia sobre a finalidade da escrita explorando a existência. O imenso saber da partida quando o saber das identidades que se dissolvem abordam desse modo temas essenciais.

 

Teresa Bracinha Vieira