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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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O CASO DAS TULIPAS ASTRONÓMICAS…

O CASO DAS TULIPAS ASTRONÓMICAS

 

DIÁRIO DE AGOSTO (XX) - 20 de agosto de 2017

 

Como foi a primeira grande crise financeira dos tempos modernos?

Oiçamos a história e pasme-se como a humanidade tem memória curta…

 

Em 1593, Carolus Clusius trouxe uns bolbos de túlipa de Constantinopla para Amesterdão, para os aplicar em fins medicinais. Perante a plantação que o botânico fez, os vizinhos, apercebendo-se da raridade e beleza da planta, roubaram diversos bolbos para com eles fazerem negócio… E assim nasceu uma autêntica corrida às túlipas – que, no início do século XVII, se tornaram sinal de estatuto social. Os preços dos bolbos de túlipa subiram e os especuladores perceberam que podiam lucrar com essa moda.

 

Os preços chegaram a valores astronómicos. Num só mês um bolbo passou a valer vinte vezes mais. A certa altura, a venda de um bolbo podia assegurar o sustento da tripulação de um navio durante mais de um mês.

 

Acontece que os bolbos só florescem 7 a 12 meses depois de plantados – e quando a floração acontece dura apenas uma semana na Primavera, aparecendo os bolbos no verão, de junho a setembro. Para obviar a esta dificuldade, os especuladores passaram a vender contratos sobre túlipas. Ao assinar o contrato o comprador assumia a obrigação de comprar uma túlipa no final da temporada – como hoje acontece nos contratos de futuros.

 

Em 1636 as bolsas holandesas negociavam bolbos e tulipas e os lucros eram fabulosos. Com os preços muito inflacionados estava-se perante uma bolha mercantil. Como normalmente acontece nestes casos, há um momento em que se descobre que os valores são absurdos e irreais.

 

No inverno de 1636-37, em Harlém, quando um negociante não honrou o seu contrato gerou-se o pânico e depressa os preços passaram para… um centésimo do que estava a ser praticado. A bolha tinha estourado… A crise das tulipas deu origem a uma depressão económica sem precedente e para evitar a miséria o governo foi obrigado a cobrir pelo menos dez por cento do valor dos contratos…

 

Convém, assim, não esquecer as lições da história. Sem criação de riqueza não pode haver prosperidade - e a ilusão gera a miséria.

 

 

 

 

 

 

DIÁRIO DE AGOSTO

por Guilherme d'Oliveira Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

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