Nobel da Literatura 2011. Por Teresa Vieira
O Nobel da Literatura Tomas Transtromer é considerado um dos maiores poetas vivos do nosso tempo, sendo-lhe sempre atribuída uma nova forma de aceder à realidade e de assim a partilhar connosco: através da palavra mais coada que só a poesia tem.
Trata-se de um poeta traduzido em inúmeras línguas não o tendo esquecido a Veja editora quando em 1981 o incluiu na colectânea «21 poetas suecos».
Um mundo de metáforas concentradas conforme as palavras da academia e, acrescento, cujo suco tantos anos levaram a chegar ao mundo de o conhecer em Portugal.
Um dia Ruy Belo referiu-se a ele dizendo que em Portugal o cerco de se não falar de quem não tem registo público continuado, impede a maçã de se mostrar parte inequívoca da árvore.
O facto de Transtromer ter escrito, nomeadamente sobre Lisboa e de a ele termos tido acesso pela tradução de Vasco Graça Moura, não impede o continuarmos a ser solidários com a expressão de Ruy Belo.
Na verdade este poeta de 80 anos não nos é familiar tanto quanto a sua intensa obra o merecia.
Infelizmente muitos escritores se encontram sob vários géneros de silêncios que de um jeito ou outro nos fazem perder o muito que a humanidade é capaz.
Creio que a necessidade de clarificarmos os conceitos, quantas vezes reclusos na própria poesia, o favorecer o contacto com a leitura da poesia de poetas ainda para nós “longínquos”, seria o fantástico passo para conjugar o verbo contido na universal vida da palavra.