UM POETA DA PINTURA
Nasceu em Barcelona o pintor Antoni Tàpies. Na Régua vi alguns dos seus quadros numa exposição orgulhosa e na qual se falava da admiração de DalÍ pela pintura deste grande artista que agora nos deixou.
Todos afirmam que a filosofia de Sartre e a sua interpretação do surrealismo marcou para sempre a sua mão na tela.
As novas técnicas de colagem utilizadas nos seus quadros ou a sua projecção no trabalho com o bronze deram-lhe lugar cativo nas artes e nas principais galerias do mundo.
A sua capacidade para defender a liberdade, faz-nos pensar o quanto o homem sempre pode recomeçar o homem.
Inúmeros prémios recebeu Tàpies como se o destino se cumprisse sempre em reconhecimento: contudo o seu perfil nunca se abandonou aos limites do que é interpretado.
Quando um poeta da pintura parte é como se um adeus em cor fosse catálogo de sonho que refloresce no ar: e nós aqui na precaução das linhas que recomeçam dias, tantas vezes incompletos ou colaborantes com as ausências.
Recordo que o António Alçada me disse um dia: sobre este magnífico pintor deve-se escrever pouco. Soltá-lo como se faz aos poemas bastará.
M. Teresa Bracinha Vieira
7.02.12
Sec.XXI