Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

MOEBIUS

 

 

Jean Giraud é uma das referências fundamentais da Banda Desenhada contemporânea. A sua primeira história publicada foi «Frank et Jeremie», para a revista «Far West» (1956). Na década de cinquenta desenhou para Sitting Bull, Fripounet et Marisette, Âmes Vaillantes e Coeurs Vaillants. Depois de ter sido alistado para a Argélia colaborou com Jijé na criação de Jerry Spring. Usou o seu próprio nome para desenhar as histórias de Blueberry, que rapidamente se tornaram referências de culto na revista «Pilote», a partir de 1963.

 

No entanto, Giraud torna-se um dos mais fecundos autores de Banda Desenhada, ao seguir duas vias, a tradicional sob o seu próprio nome e a de autor profundamente inovador, sob o pseudónimo de Moebius, cuja assinatura aparece pela primeira vez na revista «Hara Kiri» em 1963 e 1964. Essa criação será interrompida durante dez anos, regressando com grande intensidade quase uma década depois. Moebius dedica-se à fantasia, ao experimentalismo e à ficção científica, domínio em que se tornará um mestre e iniciador de um género da maior importância na BD contemporânea. Em 1974 forma com J. P. Dionnet, P. Druillet e B. Farkas os Humanoïdes Associés, que publicará a revista «Métal Hurlant», de grande influências nos meios da ficção e da ilustração. Aí temos as histórias de Arzach e do Major Grubert.

 

Giraud e Moebius tornaram-se, assim, dois inseparáveis autores, marcados pelo talento e pela imaginação. Sendo a mesma pessoa, representam as duas faces da modernidade da Banda Desenhada centrada na aventura e na ficção, como sinais inequívocos do regresso das narrativas ao campo das artes.

 

 

Guilherme d'Oliveira Martins