Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

A FUNDA

 

Oliveira Martins

 

O dr. Guilherme de Oliveira Martins propõe que se substitua a Austeridade pela Sobriedade.

Vejamos.

Um homem austero é um homem triste.

Um País austero também.

Um homem sóbrio é um homem auto-controlado.

Um País sóbrio também.

A Austeridade é uma auto-encenação moral, digamos moralista e sentenciosa.

A Sobriedade é uma contenção e um procedimento.

A Austeridade encena-se para o redor.

A Sobriedade respeita o redor.

A Austeridade impõe.

A Sobriedade exemplifica.

A Austeridade esmaga.

A Sobriedade, sobrevivemos-lhe.

A Austeridade é antropófaga.

A Sobriedade senta-se, colectivamente, à mesa.

Politicamente é uma diferença abissal.

A Austeridade é a incompetência política e a Sobriedade é a competência política.

Competência política feita de cultura, de sociabilidade, de solidariedade, de humanismo.

De economia, também. Porque, como diz um Prémio Nobel dela, a Economia somos nós e as nossas vidas.

Há optimismo na Sobriedade.

Há pessimismo na Austeridade.

A Austeridade é um túnel selvagem virado para dentro de si próprio.

A Sobriedade leva a luz ao peito.

Resumindo: a Austeridade é uma pain in the ass e a Sobriedade não é uma pain in the ass.

 

Artur Portela