RITA LEVI-MONTALCINI
Como recordou Federico Mayor, Rita Levi-Montalcini deu às suas memórias o título de "Elogio da Imperfeição", aí analisa as razões que a levaram a um caminho de cidadã e de cientista, perseguida politicamente, tendo enfrentado as maiores dificuldades, assumindo-se sempre mulher "livre e responsável", exatamente como a UNESCO define as pessoas educadas. Nunca baixou os braços, desenvolvendo ações em diversos domínios, mas com especial qualidade e exigência na medicina e nas neurociências. Desde 1947 a 1969 esteve nos Estados Unidos, onde compartilhou com o Professor Stanley Cohen a investigação que permitiria a descoberta do fator do crescimento neuronal. No entanto, costumava dizer que os seus únicos méritos foram a perseverança e o otimismo. Por isso, tendo vivido até aos 103 anos nunca se jubilou. E com muita ironia, mas certeza científica, dizia: "a pele e o corpo ganham rugas, mas o cérebro não. Só a inatividade, o desencanto e a desmotivação enrugam o cérebro". Rita Levi acreditou profundamente na renovação das gerações e no apoio aos jovens. Numa fórmula cheia de sensibilidade, Federico Mayor no texto hoje publicado salienta os seus contributos para a ciência e para a cultura cívica. "Fez-se invisível, mas não se ausentou. A sua estrela continuará a iluminar os caminhos de amanhã!".
Guilherme d'Oliveira Martins
Morreu Rita Levi-Montalcini, a grande dama da ciência italiana
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