E esta China que me colocou à porta de um abraço? À porta de anos da vida que morrem sem tempo? Na lista?, uma esperança sem caça e um xadrez do dar-te-ei a flauta de cana, pois que a música… tem a forma da mente.
Vamos, vamos para um sítio seguro como nos segreda a linguagem do delírio. A hierarquia?, claro a inferior: aquela do prumo das sentinelas que não enxugam suor. Aquela da hierarquia da grua que impõe distâncias nítidas e tem horror à decência humana.
No entanto
A fuga imóvel também existe.
E existe o dinheiro, existe um poder dos homens que é também género vivente dos deuses que o olham e o inventam como desejam.
Ainda não fedem os seres o suficiente para que a estranha estagnação tenha caracteres que a revoltem? Queria muito, queria muito que a dependência nunca nos alegrasse.
E China dentro, a benevolência da paisagem ignora a sorte dos que nela constroem a vida possível e, navegam rio, no escuro de si mesmos.
E como explicar que não há morte onde nunca se nasceu? Ou se nasceu em sede que sempre foi memória de a ter sentido? Ou bicho-da-seda que se não cansa de a produzir e de a chamar destino?
E podemos ausentar-nos que no parapeito do mundo que vimos, a ordem permite migalhas a quem trabalha terras e por elas produz concertos matinais de cores.
É a vida, mesmo depois de apagada a luz. É o desfile da coragem por muitíssimo tempo indefesa, ou não fizemos nós o nosso melhor para piorar o mundo?
Olhei e olhei e julgo ter percebido a angústia e a decrepitude de certos limbos.
Há muitos, muitos anos, que a falta de guarda às nossas almas, as tornou anjos loucos que apenas procuram sobreviver. E esta China é tanto a noiva que igualmente se aporta à nossa ilha-continente que, ao fruto do bem sobre o mal, chamarei sempre Esperança, e quero muitos, muitos quilos dela, a cada dia, já que o tempo voa sobretudo quando chove sobre o nada.
M. Teresa Bracinha Vieira
Julho 2013