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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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"Weltliteratur - Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o Mundo!"  Uma exposição para ser lida na Gulbenkian (Notícia jornal Público)

 

 

A Fundação Calouste Gulbenkian inaugura amanhã a exposição "Weltliteratur - Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o Mundo!". A exposição sobre literatura expõe textos, fotografias, documentos, quadros e vídeos e estabelece ligações entre eles.
 

Fernando Pessoa é a figura central desta exposição e logo à entrada dos 11 espaços construídos para a exposição, está um recado para o escritor: "Snr Pessoa Precisei de sair, está o jantar prompto é só sentar à mesa, tirar do lume e comer. Adelaide".
 

O percurso que acolhe a exposição foi concebido pelos arquitectos Manuel e Francisco Aires Mateus. O título “Weltliteratur” usa o termo criado por Goethe para evocar a vertente cosmopolita e transnacional da literatura. O subtítulo “Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!”, é de um verso de Cesário Verde e sublinha, de uma forma poética, essa mesma ideia.
 

"Para nós é muito claro que esta exposição é sobre o prazer da leitura", afirmou Manuel Aires Mateus, sublinhando que Weltliteratur "é uma exposição para ler".
 

"A exposição pretende mostrar que um texto só é legível dentro de um nexo de outros textos", afirmou António M. Feijó, professor universitário e comissário da exposição, na apresentação da mostra.
 

Literatura de uma geração

Para o professor universitário, a exposição "é sobre Fernando Pessoa e alguns contemporâneos, alguns previsíveis, como é o caso de Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, mas outros que o não são".
 

Teixeira de Pascoaes, "talvez o único par de Pessoa no século XX português", Camilo Pessanha, "que é de uma geração anterior", e Vitorino Nemésio, "que aparece como expoente de toda a grande poesia pós-Pessoa", são outros escritores com espaço em "Weltliteratur".
 

Há textos que mostram caracterizações de Portugal nos poemas épicos de Camões e Pessoa e outros que tratam a diferença sexual e apontam conflitos gramaticais.
 

Conferência com Nobel da Literatura V.S. Naipaul

A arte moderna é o tópico de uma das salas, que apresenta o quadro de Manet "O Rapaz das Cerejas", da colecção da Gulbenkian, associado à escrita de Baudelaire, que conta o que de terrível aconteceu ao rapaz retratado.
 

O mar é apresentado num excerto do filme de Manoel de Oliveira "Cristóvão Colombo - O Enigma" e num outro filme sobre a frota portuguesa de pesca no Árctico.
 

Uma das salas mostra correspondência e poemas de Mário de Sá-Carneiro, uma outra expõe poemas e cartas de Camilo Pessanha e um outro momento da exposição mistura a obra plástica e literária de José de Almada Negreiros. A terminar a exposição surgem textos de Fernando Pessoa e Teixeira de Pascoaes.

 

"Weltliteratur" estará na galeria de exposições temporárias da Gulbenkian de 30 de Setembro a 4 de Janeiro. A Gulbenkian organiza também um ciclo de 18 conferências em que várias personalidades de diferentes áreas são convidadas a falar de literatura. O escritor V. S. Naipaul, galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, é um dos convidados e dará uma conferência no dia 22 de Novembro.
 

Notícia: "Weltliteratur - Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o Mundo!", no Público | 29  de Setembro de 2008 eDestaque Cultural do Dia do e-Cultura. 

O comediante Pedro Tochas vai iniciar na próxima semana a sua "MAIOR TOURNÉE DE TODOS OS TEMPOS" com o novo espectáculo (de Stand Up Comedy) "Já tenho idade para ter juízo".

Pedro Tochas
Já tenho idade para ter juízo


Qual é a idade para ter juízo?
O que é ter juízo?
Será bom ter juízo?

Estas questões são alguns dos pontos de partida para esta mistura de contador de histórias e stand-up comedy. Pequenas histórias, divagações, alucinações, improvisações e interacções com o público, fazem parte deste espectáculo que mais parece uma conversa entre amigos. A não perder para quem gosta de rir com as pequenas coisas da vida.

Autoria e Interpretação: Pedro Tochas
Design e fotografia: Raquel Viegas

http://pedrotochas.com/idade.htm

(de 29 de Setembro a 5 de Outubro de 2008)

António Quadros no seu utilíssimo “Uma Viagem à Rússia – Impressões e Reflexões” (Lisboa, 1969) afirma recordar «as multidões sorumbáticas e caladas com que me acotovelei (…) no metro de Moscovo, no Gum (grandes armazéns), na Exposição dos Progressos Soviéticos. Recordo os sonhos, as aspirações, as exaltações, as euforias e a animação dialéctica dos livros de Gogol, Dostoievsky, Tolstoi ou Tchekov. Total desfasagem. No entanto, o povo russo sabe recolher-se nostalgicamente na sua ‘ducha’ (a alma individual), faz sentir o seu espírito religioso nas tão belas melodias folclóricas que continua a cantar (…). Acorre às manifestações artísticas, ainda que estas sejam quase sempre muito convencionais – e é capaz de produzir na clandestinidade, obras de génio e liberdade, como ‘O Mestre e Margarida’, ‘Doutor Jivago’ ou ‘O Primeiro Círculo’». A desfasagem começa, no entanto, a desaparecer com a abertura de fronteiras. Premonitoriamente, à distância de quarenta anos, o ensaísta soube captar o essencial de uma sociedade que estava apta a renascer, pelas suas raízes. Sentimo-lo nos dias de hoje. O espírito da abertura de horizontes vai regressando.

 
O Kremlin de Moscovo


Nos painéis de azulejos da Graça Morais que visitámos, há rostos de gente comum, de uma beleza e de uma simplicidade tocantes, que contrastam com as representações dos operários e dos camponeses, dos soldados e dos marinheiros, com as foices e os martelos e as estátuas épicas. Há, no fundo, nestes azulejos um apelo à humanidade e a Moscovo, como uma cidade diferente, de pessoas concretas, de uma Europa que não poderemos esquecer e que tem uma especificidade muito própria. (“Memórias da Minha Vida e do Meu Tempo”, 3 volumes).

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Consulte aqui o destaque do Ensaio Geral, Rádio Renascença

De Peter Zimmermann
 
De 25 de Setembro a 8 de Novembro. | Galeria Filomena Soares


A Galeria Filomena Soares exibe, na Sala I, a exposição “New Paintings” na qual apresenta obras de um dos mais singulares representantes do abstraccionismo contemporâneo, o alemão Peter Zimmermann. Esta exposição compreende um conjunto de trabalhos (pintura e escultura) que o artista realizou entre 2007 e 2008.

Para compreender estas obras recentes de Peter Zimmermann, será necessário recuar pelo menos duas décadas no seu trabalho, período em que o artista encontrou o seu material de eleição, a resina epoxy, e começou a desenvolver uma gramática visual muito própria.

Desde o início do seu percurso, refiram-se as Caixas de Cartão ou as reproduções de Capas de Livros (Book Cover Paintings), que é claramente notório nas suas criações artísticas um método de produzir imagens que nega a ideia da “mão do artista”, remetendo-nos, desse modo, para o campo da conceptualidade. Simultaneamente, ressalta desses primeiros trabalhos, um outro aspecto que viria a marcar a maioria das suas criações posteriores: uma profunda incerteza filosófica entre o objecto e a sua representação. Relativamente às suas Capas de Livros - capas de livros de arte, de enciclopédias, de guias de viagem - afigura-se fundamental assinalar as Capas de Monografias de pintores abstractos como Mondrian, Malevich ou Pollock, porquanto nos apontam algumas das referências de Peter Zimmermann que em muito terão contribuído para a crescente abstracção da sua arte.

Atestando o fascínio que o expoente do expressionismo abstracto exerceu sobre artista, mencionem-se as 11 reproduções de diferentes monografias de Jackson Pollock. Será inclusivamente oportuno salientar o modo notável como Zimmermann resolveu plasticamente a dificuldade de reproduzir a epoxy as obras daquele artista patentes nas capas das monografias. Curioso será ainda o facto de, por exemplo, na obra “Pollock]” o dripping, um processo espontâneo, emocional e expressivo, ter sido representado num meticuloso método de reprodução, contrariando, consequentemente, o automatismo da Action Painting. Esta obra apresenta-nos paradoxalmente um motivo abstracto reproduzido de forma realista.

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