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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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(de 27 de Outubro a 02 de Novembro de 2008)
 

 

Termino hoje o relato da expedição à Europa Oriental e invoco um autor e uma obra que merecem recordação na Rússia contemporânea. De facto, "Cinco Meditações sobre a Existência" de Nicolau Berdiaeff (tradução de Ana Hatherly, Guimarães Editores, 1961), pela densidade criadora e pela força espiritual representa a vitalidade de uma cultura, que volta a merecer atenção, não já como fenómeno excepcional ou clandestino, mas como expressão de uma vitalidade que mergulha as suas raízes na cultura de Tolstoi e de Dostoievsky. Berdiaeff (1874-1948) foi, ao lado de Lev Chestov (1866-1938), um dos mais conhecidos filósofos russos do início do século passado, que influenciou decisivamente o pensamento existencialista. Foi ele quem falou de uma “ideia russa” de cultura: “A ideia mestra da minha vida é a ideia do homem, do seu rosto, da sua liberdade criadora e da sua predestinação criadora. Mas tratar do homem é já tratar de Deus. Isso é essencial para mim”. E daí a necessidade da ligação da espiritualidade à existência, porque “a Verdade implica a actividade do espírito do homem, o conhecimento da Verdade depende dos graus de comunidade que podem existir entre os homens, da sua comunhão no Espírito”.

  


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Guilherme d' Oliveira Martins

Exposição de pintura de Marta Wengorovius patente ao público de 15 de Novembro a 23 de Dezembro na galeria Zoom Carlos Carvalho Arte Contemporânea em Lisboa.

 

MARTA WENGOROVIUS
ENSAIO SOBRE O SOL
Pintura

Integrado no programa Lisboarte esta exposição apresenta o trabalho mais recente de Marta Wengorovius. Ensaio sobre o Sol contém 7 telas monocromáticas e uma caixa com 9 vidros com o intitulada Ensaio sobre o Sol #1.

O título desta exposição remete-nos para uma acção, para um ensaio. Ensaio em duplo sentido. Por um lado, estas obras surgem após as acções Uso dos Olhos - série Objectos de errância - onde o uso destes objectos, assim como o seus ensaios e registos, por exigirem a vivência pessoal desses momentos, aproximaram a obra de uma experiência física das cores, na presença e no estudo da manifestação da natureza ao vivo, na observação das tintas do mundo .
Por outro lado, este título invoca também a impossibilidade de ensaiar o sol, ou melhor, o ocaso, onde cada momento é único e irrepetível. E são esses instantes que aqui pretendem estar sintetizados e incorporados na cor dos vidros e das telas, como podemos ler nas instruções da obra Ensaio sobre sol #1

“Pode retirar os vidros da caixa e ver através destes Estará a segurar as cores que vi quando o sol se põe. Uma a uma.”

Aqui encontramos o registo físico da luz que é fragmentada em 9 vidros de cor diferente, que no seu todo constituem a obra Ensaio sobre sol #1. Marta Wengorovius propõe, assim, a possibilidade de agarrar e transportar um espaço de cor. Tocar qualquer coisa que está para lá da representação e que metaforicamente a incorpora. Agarrar um espaço-cor, como se pudéssemos ver através de um Rothko transparente.

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