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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Excerto do documentário "CNC - 60 Anos a Olhar Pela Cultura" realizado por Sérgio Graciano.
 

No principio era assim…apenas uma mesa, algumas cadeiras, uma máquina de escrever, muitas ideias e uma enorme vontade de fazer acontecer. Ao espírito empreendedor, crítico e criativo dos seus fundadores, juntou-se uma necessidade: Fazer da cultura um lugar visível, parte integrante da agenda de todos os Portugueses.

 

 

Centro de Artes de Sines - Auditório | Janeiro e Fevereiro
 

O cinema ganha uma nova iniciativa regular no Centro de Artes de Sines. O realizador Emir Kusturica é o cineasta representado no primeiro ciclo.

Em 2009 o Centro de Artes de Sines inicia uma nova actividade regular: sessões e ciclos de cinema com duas a três projecções por mês. Através deste programa, o CAS pretende mostrar várias cinematografias de autor, mas também integrar o circuito de estreias e distribuição nacionais, privilegiando o cinema de qualidade. Vai também constituir parcerias com embaixadas, instituições culturais e festivais de cinema com o intuito da promoção e projecção de produções periféricas e menos conhecidas, quer ficcionais, quer documentais.

O primeiro ciclo do ano é dedicado a Emir Kusturica.

Nascido em Sarajevo em 1954, Kusturica é o mais conhecido realizador com origem nos Balcãs. Venceu por duas vezes a Palma de Ouro de Cannes, uma das quais com “Underground”, uma comédia negra passada na II Guerra Mundial a que poderemos assistir neste ciclo. Os outros filmes do ciclo no CAS são “O Tempo dos Ciganos” e “Gato Preto, Gato Branco”, tragicomédias situadas no mundo cigano, e “A Vida é um Milagre”, passado durante a Guerra da Jugoslávia.
 

P R O G R A M A

O TEMPO DOS CIGANOS (1988)
8 de Janeiro, às 22h00


UNDERGROUND - ERA UM VEZ UM PAÍS (1995)
22 de Janeiro, às 22h00


GATO PRETO, GATO BRANCO (1998)
5 de Fevereiro, às 22h00


A VIDA É UM MILAGRE (2004)
19 de Fevereiro, às 22h00


Os bilhetes custam dois euros para o público em geral e são gratuitos para os Amigos do CAS, mediante reserva (tel. 269 860 080).


Mais informações
www.centrodeartesdesines.com.pt 

 

     
 

'À primeira vista, o tema de Deus é um assunto fracturante, que divide irreconciliavelmente crentes e ateus. Sê-lo-á, sobretudo se for tratado apenas com o calor das emoções.
Todavia, quando o tema de Deus se converte numa questão filosófica, então a própria questão obriga à análise das possibilidades que se confrontam no seu âmbito: a afirmação teísta ou a negação ateísta; a afirmação monoteísta ou a afirmação politeísta; a afirmação transcendentalista ou a afirmação imanentista; a afirmação personalista ou a afirmação deísta; etc.. Deste modo, a questão de Deus é, fundamentalmente, uma questão comum a pensadores das mais diversas orientações.
Compreende-se assim que a questão de Deus, através da análise das suas múltiplas possibilidades, revele afinal um tema que é estruturante de mundividências e transversal na história da filosofia.
Tal é o que vem comprovar a colaboração de especialistas e investigadores das diversas épocas da história da filosofia, nesta obra, com que culmina a primeira linha de desenvolvimento do projecto de Filosofia FCT / CFUL [PTDC/FIL/64249/2006]:
«A Questão de Deus. História e Crítica»

Informação disponível em: www.aquestaodedeus.blogspot.com

Coordenação: Maria Leonor L. O. Xavier

 

Autores: Afonso, Filipa; Alves, José; Amaral, Margarida; André, José Gomes; Barata, André; Beckert, Cristina; Belo, Catarina; Belo, Fernando; Bezerra, Cícero Cunha; Bolinhas, Maria Inês; Borges, Paulo; Brito Martins, Maria Manuela; Caeiro, António de Castro; Cardoso, Adelino; Carvalho, Magda Costa; Correia, Carlos João; Costa, Marcos Nunes; De Boni, Luís Alberto; Dreher, Luís H.; Duque, João; Epifânio, Renato; Ferreira, Ana Rita; Ferreira, Maria Luísa Ribeiro; Gabriel, Markus; Ganho, Maria de Lourdes Sirgado; Ghisalberti, Alessandro; Kohlenberger, Helmut; Lima, Jivaldo; Lopo, Rui; Macedo, José Costa; Machetta, Jorge Mário; Martines, Paulo; Martins, António Rocha; Mendonça, Marta de; Natário, Celeste; Pacheco, Maria Cândida; Paine, Scott Randall; Pereira, Américo; Pereira, Gonçalo Zagalo; Pereira, Lavínia; Pérez, José Luis; Perine, Marcelo; Pinho Davi, Amon; Pondé, Luiz Felipe; Portugal, Agnaldo; Santiago, Isabel; Santos, Bento Silva; Santos, José Trindade; Serrão, Adriana Veríssimo; Silva, Carlos Henrique do Carmo; Silva, José Filipe; Silva, Paula Oliveira e; Soromenho-Marques, Viriato; Souza, José Antônio de C. R. de; Teixeira, António Braz; Teixeira, Maria Teresa; Valente Pinho, Romana; Van Herck, Walter; Vasconcellos, Manoel; Ventura, Ricardo; Veríssimo, André; Xavier, Maria Leonor.

 

www.zefiro.pt


Site da celebração do bicentenário

www.poe200th.com


Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto, bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um caso que os meus próprios sentidos se negam a aceitar. Não obstante, não estou louco e, com toda a certeza, não sonho. Mas amanhã morro e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu espírito. Meu propósito imediato é apresentar ao mundo, clara e sucintamente, mas sem comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Devido a suas conseqüências, tais acontecimentos me aterrorizaram, torturaram e destruíram. No entanto, não tentarei esclarecê-los. Em mim, quase não produziram outra coisa senão horror — mas, em muitas pessoas, talvez lhes pareçam menos terríveis que grotesco. Talvez, mais tarde, haja alguma inteligência que reduza o meu fantasma a algo comum — uma inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que, a minha, que perceba, nas circunstâncias a que me refiro com terror, nada mais do que uma sucessão comum de causas e efeitos muito naturais.
Excerto de «O Gato Preto» de Poe

O editor do Jornal de Letras morreu esta madrugada vítima de doença prolongada tinha 69 anos.
 

"...o nosso amigo, o Zé Manel, o último editor de infantaria, o jornalista do eu, o que escrevia as breves, o da escrita gaga, o que aspirava livros, o que um dia disse a uma doutora de um instituição muito importante «não me copule», o que tinha a cagança de nunca votar no PS e queria que se soubesse, o que odiava reuniões, o que detestava «coquetéles», o que sentia falta de uma história dos jornalistas, o que proibia a palavra «evento» e dizia que «incontornável» era uma pessoa muito gorda, o que fazia um blogue de parede, o que não perdia tempo a dizer mal de um filme quando havia outros com coisas boas para se dizer, o inventor das palavras «conanas» e «lambéconas», o primeiro jornalista a entrevistar António Lobo Antunes, o maior defensor do Manoel de Olivieira, o professor que só dava vintes, o que dizia «podes escrever sobre pop desde não me obrigues a ouvir essa merda», o que fazia crónicas que falavam sobre tudo e até sobre cinema, o que considerava Portugal um país tão pequeno que não dava para a tragédia apenas para o drama, o que achava que todos os grandes jornalistas acabam esquecidos."

Nós não nos esquecemos."
 

Manuel Halpern, jornalista do JL 

 


(de 12 a 18 de Janeiro de 2009)
  

Quando a personagem Tintim chega aos oitenta anos de vida, cumpre referir uma obra fundamental para o conhecimento do fenómeno. Falamos de “Hergé, Filho de Tintim” de Benoît Peeters (tradução de Paula Santana Leite; Verbo, 2007), livro publicado para assinalar o centenário do nascimento de Georges Remi. No ponto de partida desta biografia exaustiva, centrada na personalidade complexa do criador do herói de “Estrela Misteriosa” está a afirmação singularíssima de Hergé: “Tintim era eu, com tudo o que em mim existe de necessidade de heroísmo, de coragem, de sinceridade, de malícia e de desembaraço. Era eu, e garanto que nem perdia tempo a perguntar a mim mesmo se agradava ou não aos miúdos. E os temas que escolhia eram temas que me apaixonavam, sobre os quais havia algo a dizer, sobre os quais eu tinha algo a dizer”… E assim, na aparente simplicidade, Tintim é um caso especial. 


 

 UM CASO À PARTE 
Tintim é, de facto, um caso à parte na história da banda desenhada. Em Portugal, “O Papagaio” em 1936 foi a revista que primeiro internacionalizou a personagem, graças ao Padre Abel Varzim e a Adolfo Simões Müller. As revistas “Diabrete”, “Cavaleiro Andante”, “Foguetão”, “Zorro” e “Tintin” continuaram depois essa tradição pioneira. A história é conhecida, está contada e reporta-se à estada do Padre Varzim em Louvaina (1930-1934), onde estudava Sociologia. O “Petit Vingtième” era o suplemento juvenil do jornal católico belga “Le Vingtème Siècle”, sendo dirigido pelo Padre Norbert Wallez, que o sacerdote português conhecia. Simões Müller, director de “O Papagaio”, revista juvenil da Rádio Renascença, foi alertado para a qualidade das aventuras de Tintim e assim apareceu “Tim-tim na América do Norte”. Foi a primeira tradução mundial e a primeira publicação a cores das aventuras do repórter do “Petit Vingtième”… Mas vamos ao que importa, no dia 10 de Janeiro de 1929, há 80 anos, nasceu Tintim e quando, na Bélgica, foram lançadas as aventuras deste jornalista de idade indefinida, mas com vontade muito determinada, Hergé (Georges Remi) estava convencido de que a nova figura era passageira e que talvez não tivesse vida longa. Surpreendentemente, o desenho impôs-se gradualmente por si e junto do público. E a verdade é que o autor teve a inteligência de abandonar o perfil amadorístico e incerto das primeiras produções, para passar a assumir, progressivamente, as marcas de uma nova escola e de uma nova arte. Nascia a “escola de Bruxelas” que viria a tornar-se inconfundível através da afirmação da “linha clara”, de que Hergé foi indiscutivelmente o chefe de fila. E a banda desenhada europeia ou as histórias de quadradinhos, como se dizia em Portugal desde as origens, ganhou autonomia artística e de público.

 

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E oiça aqui as sugestões na Rádio Renascença
Guilherme d' Oliveira Martins

 

A exposição Caligrafias – Uma Realidade Inquieta, inaugurada a 9 de Outubro de 2008 no âmbito das Comemorações do Dia Mundial dos Correios, com organização da Fundação Portuguesa das Comunicações  e comissariada por Maria João Fernandes, tem como tema a relação escrita/pintura, inspirada pela estética do Oriente, uma relação fundadora da arte do século XX.
 
No dia do seu encerramento, 15 de Janeiro às 19 horas, e no âmbito da temática da exposição, tem lugar uma mesa-redonda que conta com a participação de Ernesto M. de Melo e Castro, Eugénio Lisboa e Maria João Fernandes.

A sessão, em homenagem a Almada Negreiros, acolhe ainda um recital de poesia com declamação dos seus poemas pelo seu filho, José Almada Negreiros, poemas de Fernando Pessoa, por Diogo Dória e de Mário de Sá Carneiro, por André Gomes. É também apresentada a serigrafia - Homenagem a Almada -, de Maria João Fernandes, uma edição do Centro Português de Serigrafia.

Entrada livre.

 

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Na rota das especiarias

O diário da viagem do CNC à Indonésia e a Timor (2001) editado pela Dom Quixote, está já à venda nas livrarias. Da autoria de José Eduardo Agualusa e com desenhos de João Queiroz.

 

Trata-se de mais um volume de uma colecção que resulta do ciclo de viagens “Os Portugueses ao encontro da sua História”, que o CNC promove regularmente a todos os cantos do mundo onde os portugueses estiveram e onde deixaram os seus vestígios.


(de 5 a 11 de Janeiro de 2009)
  

 

Bom Ano! Começamos com Elias Canetti (1905-1994), Prémio Nobel da Literatura de 1981, escritor cosmopolita, búlgaro de origem sefardita, autor de obra muito vasta e diversificada e analista arguto da sociedade do século XX e dos fenómenos da massificação e da cegueira do anonimato. Acaba de sair em português “A Língua posta a salvo – História de uma juventude” (tradução de Maria Hermínia Brandão, Campo das Letras, 2008). É o primeiro livro da trilogia autobiográfica de que fazem parte “The Fackel im Ohr (1921-1931)” (de 1980, “The Torch in my Ear”), e “Augenspiel (1931-1937)” (de 1985, “The Play of the Eyes”). Este volume (“Die Gerettete Zungue”, de 1977, “The Tongue set Free”) abrange a infância e juventude até 1921 e é uma demonstração essencial da força de um humanismo de vistas largas que foi característica comum a Kafka, Mann, Musil, Broch, ou Benjamin, num tempo de profundas angústias, incertezas e perplexidades..


 

UMA VIDA NÓMADA

Elias Canetti nasceu numa encruzilhada de línguas e de culturas, no seio de uma família de judeus de origem hispânica, para quem a língua materna era o ladino, isto é, um romance da Península Ibérica. No entanto, na cidade onde veio ao mundo, viviam pessoas de muitas origens, pelo que era comum ouvir num só dia sete ou oito línguas diferentes… Nos passos seguidos nesta obra, acompanhamos a infância no hoje território búlgaro, então Império Austro-húngaro, as estadas com a família em Inglaterra e na Suiça, e em cada um desses episódios sente-se o adensar das incertezas e das ameaças, que servirão de pano de fundo às origens da Primeira Guerra Mundial, gerando depois a tragédia da Segunda Grande Guerra. Essas circunstâncias obrigam o pensador a interrogar-se sobre as consequências dos acontecimentos e da mentalidade que presencia. E o pensamento e a reflexão de Canetti são de uma actualidade e pertinência tais que nos permitem ver melhor o tempo que viveu. Mas, para entender o percurso riquíssimo e o talento do escritor, é preciso ler a chave das suas origens, compreendendo aí a razão de ser de muitas intuições e a força da tradição aberta e pluralista de que parte. Tudo começa nas margens do Danúbio, em Rutschuk, de 1905 a 1911, continuando em Manchester, de 1911 a 1913, entre tapetes e livros, sob a invocação alegre do pai, na companhia das “Mil e Uma Noites” e dos heróis da literatura, mas também, depois da morte do pai, com o assumir junto da mãe da qualidade de “filho crescido” incumbido da missão de consolá-la do desgosto. A memória da leitura, como acto insaciável, vem-lhe do pai, que lhe dava a matéria-prima para alimentar a sua fulgurante imaginação – Grimm, Daniel Defoe, Jonathan Swift, Shakespeare, Cervantes, Dante… E não era só a leitura que importava, era também o culto das línguas e da comunicação – o inglês, que o pai procurava cultivar com perfeição, o alemão usado em casa, o ladino do dia a dia. A morte inesperada do pai, que era o seu ídolo, como que fulminado por um raio, tinha trinta e um anos e o filho apenas sete, foi um choque terrível para o filho. (...)

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Guilherme d' Oliveira Martins