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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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A VIDA DOS LIVROS

 

 

 

 

De 11 a 17 de Janeiro de 2010.


Albert Camus (1913-1960), que escreveu “A Queda” em 1956 (tradução portuguesa de José Terra, Livros do Brasil, s.d.), é um símbolo do século XX. Estamos perante uma obra da maturidade. A sua vida, o seu percurso pessoal, a obra literária e o pensamento confundem-se com o drama humano do século. As dúvidas, as contradições, os êxitos e os fracassos que viveu dão-lhe uma importância que o tempo tem vindo a aumentar. Se, por um lado, a sua obra tem uma importância inovadora, também é certo que as suas intuições históricas se revelaram de uma grande pertinência. Poderíamos falar dos seus livros de maior sucesso como “L’Étranger” (1942), “Le Mythe de Sisyphe” (1942), “La Peste” (1947), “L’Homme Revolté” (1951) ou “Le Premier Homme” (1994), no entanto preferimos pegar nas preocupações fundamentais do romancista e nos seus temas recorrentes – o absurdo e a procura de uma esperança, que em “A Queda” estão bem presentes.


Albert Camus por Gonzalo Cárcamo

O ABSURDO COMO CONFRONTO
« L'absurde naît de cette confrontation entre l'appel humain et le silence déraisonnable du monde » - assim se exprime Albert Camus, definindo a sua atitude perante a humanidade e a vida. E a verdade é que, desde a infância pobre na Argélia, a sua vida foi-se construindo num sentido de independência e de lucidez, num horizonte de autonomia e de liberdade. E o certo é que entre o apelo humano e o silêncio do mundo há um vazio de razão que obriga o pensador a interrogar-se e a procurar motivos para que acção se faça e possa prosseguir. Na sua obra-prima, fala-nos, nesse sentido, do mito de Sísifo - o herói da antiguidade punido por ter desafiado os deuses, cuja pena era a de empurrar, por toda a eternidade, uma enorme pedra até ao cimo de uma montanha. Uma vez chegada ao topo a pedra rolava até abaixo e Sísifo tinha de a empurrar de novo num movimento inexorável e absurdo. Camus via em Sísifo o ser que vive a vida plenamente, odiando a morte, mas estando condenado a uma tarefa sem sentido. Apesar de reconhecer essa falta de sentido, Sísifo continua a executar essa tarefa permanente e Albert Camus apresenta o mito como metáfora da vida moderna: "o operário de hoje trabalha todos os dias, repetindo as mesmas tarefas. Esse destino não é menos absurdo, e é trágico uma vez que apenas em raros momentos ele se torna consciente". Em “A Queda” sentimos essa mesma tensão na primeira pessoa. O absurdo e a procura de sentido põem a questão dos limites da acção e da vida. E em dado passo do livro, ouvimos a invocação dos limites, a morte e a culpa, e a propósito deles é posta a interrogação sobre a atitude perante quem já ultrapassou essa fronteira. “Já notou que só a morte desperta os nossos sentimentos? Como amamos os amigos que acabam de deixar-nos, não acha?! Como admiramos os nossos mestres que já não falam, com a boca cheia de terra! A homenagem surge, então, muito naturalmente, essa mesma homenagem que talvez eles tivessem esperado de nós, durante a vida inteira, mas sabe porque somos sempre mais justos e generosos para com os mortos? A razão é simples! Para com eles, já não há deveres. Deixam-nos livres, podemos dispor do nosso tempo, arrumar a homenagem entre o copo-de-água e uma gentil amante, nas horas vagas, em suma. Se algo nos impusessem, seria a memória e nós temos a memória curta”.
AS TAREFAS E A FALTA DE TEMPO… 
A memória é curta e a indiferença é grande… O que sentimos? É estranho o que vai acontecendo e perguntamo-nos amiúde em que caminho nos encontramos e que consciência temos dos deveres que nos impomos e do seu fundamento. E essa percepção acontece muitas vezes em momentos excepcionais, em situações nas quais somos confrontados com o que não esperamos, mas que temos de considerar como inerente à vida. E ficamos bloqueados, sem saber o que fazer ou o que responder, sendo que essa circunstância fica suspensa no tempo como factor de bloqueio. É isso que acontece no momento crucial nas margens do Sena com uma mulher: “Tinha percorrido já uns cinquenta metros, mais ou menos, quando ouvi um baque, que, apesar da distância, me pareceu formidável no silêncio nocturno, de um corpo que tomba na água. Estaquei, mas sem me voltar. Quase imediatamente, ouvi um grito, várias vezes repetido, que descia também o rio e depois se extinguiu bruscamente. O silêncio que se seguiu na noite subitamente parada, pareceu-me interminável. Quis correr e nem me mexi”. Nada fez e nos dias seguintes nem se atreveu a ver os jornais. Dois ou três anos depois, quando passava na Pont des Arts, estalou um riso atrás de si, incompreensível e persistentemente – mas esse riso nada tinha de misterioso, era um riso natural, quase amigável… Mas era uma recordação perturbadora. A singularidade desse estranho evento exigia o entendimento de que há limites e de que a consciência do absurdo pode levar à desistência ou à percepção de que falta tempo a todos para realizar as tarefas a cada um confiadas. Se falta tempo, também há quem não suporte a incapacidade de justificar a vida. “Vou dizer-lhe um grande segredo, meu caro. Não espere pelo Juízo Final. Realiza-se todos os dias”. Emmanuel Mounier disse, pouco antes de morrer, que Camus preferia a aproximação carnal, que referia a uma face ou a uma mão à aproximação que apenas se referia a uma ideia. E, depois de um jogo de gato e rato, que tentava iludir a angústia e o absurdo, ouvimos, no final de “A Queda”, o pedido que se antecipamos em todo o romance: «Conte-me então, peço-lhe, o que lhe aconteceu uma noite nos cais do Sena e como conseguiu nunca mais arriscar a vida. Pronuncie o senhor mesmo as palavras que, há anos, não cessam de retinir nas minhas noites, e que eu direi enfim pelas sua boca: ‘Ó pequena, deita-te de novo à água para que eu tenha pela segunda vez a sorte de nos salvar a ambos!’ Pela segunda vez, hein?, que imprudência! Suponha, caro colega, que nos toma à letra. Teríamos de cumprir. Brr…! A água tão fria! Mas tranquilizemo-nos! É tarde de mais, agora será sempre tarde de mais. Felizmente!». Jean-Baptiste Clamence descobre, por si, isoladamente, a estranha origem do mal. E o seu drama é ditado não pela acção, mas pela indiferença, que o perseguirá ao longo do tempo. No epílogo ainda há, num assomo passageiro, o desejo de regressar a esse dia distante nos cais do Sena para que a virtude pudesse ser recuperada. Mas a lucidez serena do protagonista coloca-nos no mesmo ponto em que a omissão e a indiferença falaram mais alto. É tarde de mais! E se o drama se mantém de pé, com a estranha recordação do riso ouvido na Pont des Arts, a verdade é que o absurdo manifesta-se inexoravelmente e contra ele nada é possível. Afinal, o absurdo é o contrário da esperança, como se diz em “O Mito de Sísifo”…
FILOSOFIA EM IMAGENS. 
“Un roman n’est jamais qu’une philosophie mise en images” – disse Camus, e « A Queda » ilustra plenamente esse entendimento. Jean-Baptiste Clamence retoma o drama de Sísifo. Cinco anos depois de “L’Homme Revolté” (e da ruptura com J.P. Sartre), percebe-se que o sentimento de Camus relativamente à revolta e à esperança dependa da consciência do homem livre, capaz de duvidar e de amar, e de se demarcar dos messianismos temporais ou de dizer que entre um ideal e a sua própria mãe (que arriscava a vida nos transportes públicos, em Argel, sob a ameaça das bombas) preferia a vida da mãe. “Cada revolta é nostalgia da inocência e apelo para o ser. Mas a nostalgia toma um dia as armas e assume a culpabilidade total, quer dizer a morte e a violência”. A revolta, para Camus, permite superar a lógica puramente individual. Leva à tomada de consciência do que nos une aos outros. Pelo contrário, a revolução prefere o homem abstracto ao homem de carne e osso. A revolta visa a unidade, a revolução histórica a totalidade, uma é criadora a outra niilista. Albert Camus, morto há cinquenta anos, continua a interrogar o tempo actual, o que significa que compreendeu bem as pessoas concretas, mais do que a abstracção das existências.

Guilherme d'Oliveira Martins

 

CULTURA HOJE

 

Publicamos, a partir desta data, “posts” de amigos e colaboradores nossos sobre temas culturais da actualidade.

Começamos  com um texto inédito que Ana Marques Gastão apresentou num encontro dedicado à personalidade e obra do escritor António Osório, realizado em Dezembro passado na Biblioteca Nacional de Portugal.

 

CHUVA MATERNA, LUZ FRATERNA

 

   


Em A Matéria Volátil (1), António Osório define, no texto Peso do Mundo, a poesia como «o milagre de uma arma total, / de uma só palavra / reduzindo o átomo à completa inocência.» Que faz a poesia, afinal, se não ceder a uma vontade de observar o mínimo-máximo no interior das coisas, usando de um olhar-primeiro? Não que seja seu propósito dar largas a uma curiosidade obsessiva, mas diríamos que a capacidade de ver o au-delà ou o au-dedans das coisas, a que se refere Bachelard(2), constrói o poema, essa fábrica de versos integrada pelo movimento da palavra dentro da escrita, pelo som, o ritmo e a prosódia, o sentido.


Que há a reter, então, desta definição de António Osório abrangendo três linhas de pensamento?


a) Poesia como arma total.
b) Poesia que usa de uma só palavra.
c) Poesia como redução a uma completa inocência.


Falemos, em primeiro lugar, da «arma da totalidade», de uma plenitude aberta ao esplendor do mundo. O criador sabe que nada é, mas deseja; dir-se-ia um cavaleiro andante, o passageiro a que alude Jean-Michel Maulpoix(3), ousado construtor de uma trajectória em busca do Absoluto Perfeito que vai forjando a matéria do espírito, tal como diz Novarina(4).


A escrita de António Osório é a de um imaginário persistente, centrado na formulação de uma arte sem artifícios, purificadora e ritual, associada a uma simbólica da fecundidade e da regeneração. Está, de modo mais ou menos velado, ligada à Terra, geradora dos seres que alimenta e logo os acolhe como um útero lavado pelas chuvas de uva.


Relembre-se o fenómeno do nascimento dos deuses e do mundo na Teogonia de Hesíodo(5)que anuncia uma função organizadora do Cosmos assimilada, de uma forma ou de outra, pelas literaturas de todos os tempos. Dessas bodas entre o Céu e o Inferno surge também a escrita de António Osório, interrogando-se esta sobre a sua própria proveniência e destino enquanto caminha sobre um ínfimo fio contra a vulgaridade lírica. Nela se sente como a ordem é frágil e jamais adquirida.


António Osório é um autor da tradição, das hierofanias, que faz do poema flecha feiticeira, deus sem idade, cepa de vinha, como se, a partir de uma confusão inicial, o poeta fosse construindo a harmonia e, na senda dessa serenidade de cítara, se movesse, instaurando um tempo mítico.


A sua criação poderíamos defini-la como uma arena onde assentam, escorregadios, os conflitos da consciência humana, via láctea de touros sacrificados. É nesse lugar que se cumpre um teatro trágico. Só que o guerreiro homérico sabe que «não pode nem penetrar nem dirigir as manobras do destino» como, ironicamente, sublinha George Steiner.(6)


Uma não angustiada Terra – divindade da fertilidade – brota da obra de António Osório como se o poeta usasse de um «super-telescópio» para a ver, azul e cheia de escuridade na magnificência de um enigmático silêncio, abundando em ardor contido.


Leia-se o poema O Movimento da Terra incluído em Planetário, escute-se a caminhada do seu bestiário aristocrático que percorre esta poética protegida por um «deus / marcado por estigmas»(7), interpelado e oculto:

 

Céu mais límpido
que noite de estio.

 

Sente-se
o movimento da Terra.

Insimulável,
falta o aroma do feno,
a sirene festiva
das cigarras,
o murmúrio
dos que amam.(8)

 

E é também no amor – um dos atributos guerreiros no sentido da paixão de Medeia por Jasão em A Argonáutica(9) – que mergulha esta poética de despojamento e ritmos mágicos na mais «funesta adversidade» ou na fortuna de uma extrema decantação: o amor do gago que sofre por palavras ou da videira que espera pelo seu retardatário enxertador; o amor pelos pais que, desaparecidos, permanecem na inocência intacta e dorida da criança; o amor solidário no sentido cosmobiológico devido à vida, entendida na acepção de Mircea Eliade.(10)


António Osório escreve sobre os amantes que, na sua fortaleza de amar, não se completam como se fossem mendigos de olhos. As suas personagens, se assim se pode dizer, são coisa nunca finda, água destilada de Deus e Adão, seres que exprimem um imenso amor pela poesia olhada como enxame de símbolos, chuva materna, luz fraterna de quem reentra no Paraíso, por onde o amor, aparição de leite(11), passa ileso.


O poeta de Aforismos Mágicos usa a concisão estilística, essa «uma só palavra» que nasce da habilidade do mínimo cultivada pelos greco-latinos ou pelos sábios do Oriente, seguindo o caminho dos antigos e buscando, à maneira de Bashô, o que eles buscaram. Os afectos são, por outro lado, bússola e origem na sua obra: a Mãe, sua e única, por um lado, centro do mundo por outro, omphalos de Delfos, vida e morte, pedra branca-negra a partir da qual irradiam cristalizações imprevisíveis e um pensar entrançado em visão e movimento. Ora, «só se vê aquilo para que se olha»(12). Nesse sentido, a poesia de António Osório é ritualística e indissociável da observação, do dom da atenção, activador de uma ética do cuidado. À terra, na sua obra, entendamo-la enquanto matriz e substância universal, caos primordial, matéria-prima separada das águas segundo o Génesis, fecundada pela chuva e o sangue que são semente celeste, «o lugar do amor», repousante «cela / onde não há desespero».(13)


Da poesia de António Osório, ressalta a ideia da Tellus Mater, função maternal que dá e tira a vida, inseparável de uma força seminal a partir da qual se explica a árvore (lembre-se a de Leonardo Da Vinci), símbolo da vida e da sua perpétua e cíclica evolução cósmica: morte e reconstrução, também a das constelações de inumeráveis filhos e símbolos.
Nessa medida, a Terra surge como meteoro líquido ao qual o sujeito poético quer regressar encenando a morte com a doçura de um seio. Dessa passagem, da dor da separação que simultaneamente celebra a vida, nasce o poema Mãe que Levei à Terra, grito sufocado perante a morte:

 

Mãe que levei à terra,
como me trouxeste no ventre,
que farei destas tuas artérias?
Que medula, placenta,
que lágrimas unem aos teus
estes ossos? Em que difere
a minha da tua carne?

 

Mãe que levei à terra
como me acompanhaste à escola,
o que herdei de ti,
além de móveis, pó, detritos
da tua e outras casas extintas?
Porque guardavas
o sopro de teus avós?

 

Mãe que levei à terra
como me trouxeste no ventre,
vejo nos teus retratos,
seguro nos teus dezanove anos,
eu não existia, meu Pai já te amava.
Que fizeste do teu sangue,
como foi possível, onde estás?(14)

 

 

Longe de uma topologia psíquica, embora entrelaçada em associações, complexos e símbolos, a terra de António Osório não se insere na materialização de pulsões dominantes, renuncia a esse domínio de pesquisa, situando-se do lado da inocência e da fome de imagens, do fragmento de um tempo primeiro. O sujeito poético perde, então, por isso, algo da sua substância de infelicidade e de aprisionamento ao acolher-se numa essência de repouso ao qual o movimento das palavras conduz.


Talvez por isso esta poesia se entrelace com a estrutura cósmica, revelada nas suas manifestações, podendo-se nesse aspecto, pensá-la a partir da mitologia, da história das religiões, da ciência, da arte. A hera e o louro são também na escrita de António Osório a coroação dos animais, que se veste, por outro lado, de fábula e mito da criação humana como em Adão, Eva e o Mais, livro de aromas fugidios e amores secretos: «Mordeu a maçã: / guardou o remorso / e guardou, alva, / incólume, a coroa / de seus dentes.(15)


A arte do poeta de Libertação da Peste – e usando da paráfrase –  «ama com pressa de não acabar o amor», desejando que o sagrado possa começar «de novo pela boca dos mortos»(16). Como se a Natureza fosse a sua maior obra e os versos descendessem de medusas, tubarões-anjos, do concerto interior da natureza. António Osório dir-se-ia também o advogado/ad vocatus (o que é chamado em auxílio) que dá num verso, / a outra face(17).

 

Ana Marques Gastão

 

 


 

 (1) António Osório, Poesia Reunida, Lisboa, Assírio & Alvim, 2009, A Ignorância da Morte (Aldeia de Irmãos / Matéria Volátil), «Peso do Mundo», p. 94. Todas as referências seguem esta edição.
 (2) Gaston Bachelard, La Terre et les rêveries du repos, «Les rêveries de l’intimité matérielle», Paris, José Corti, 1948, p. 18.
 (3)3 Jean Michel Maulpoix, Le Poète perplexe, en lisant en écrivant, Paris, José Corti, 2002, p. 20.
 (4) Valère Novarina, Devant la parole, Paris, éd. P.O.L, 1999, p.16.
(5) Cf. Hesíodo, Théogonie, Les Travaux et les Jours, Bouclier, suivis des Hymnes homériques, introd., trad. e notas de Jean-Louis Backès, Paris, Gallimard, 2001.
 (6)George Steiner, La Mort de la tragédie, Paris, Gallimard, 1993, p.13.
 (7)António Osório, ibid., «Uma Estrela Vulgar», p.301.
 (8)António Osório, ibid., Planetário e Zoo dos Homens, «O Movimento da Terra», p. 297.
(9) Cf. Apolónio de Rodes, A Argonáutica, Lisboa, Publicações Europa-América, 1989, p. 91.
 (10)Ler Mircea Eliade, Tratado de História das Religiões, Lisboa, Asa, 1994, p. 323-24.
 (11)António Osório, ibid., Décima Aurora, «Água-Forte», p. 251.
(12)Merleau-Ponty, O Olho e o Espírito, Lisboa, Vega, 2ª ed., 1997, p. 19.
 (13) António Osório, ibid., O Lugar do Amor (A Teia Dupla / Felicidade da Pintura), «Casa Térrea», p. 137.
 (14)Idem, ibid., A Ignorância da Morte (Aldeia de Irmãos / Matéria Volátil), «Ponte Velha I», «Mãe que Levei à Terra», p.95.
(15) Idem, ibid, Adão, Eva e o Mais, trecho 23, p.279.
(16)Idem, ibid., O Lugar do Amor, (Teia Dupla / Felicidade da Pintura), «Casa Térrea», p.133.
(17) Idem, ibid., Décima Aurora, «O Betão Armado», p.230.