London 2012 Olympic Games
O símbolo é algo indecifrável no seu trapezismo numérico. − Ah, la matematique! Tal qual a infâmia de, pela primeira vez na história, se aceitarem mulheres em todas as disciplinas desportivas. − Hmm, well, why not? Já a atmosfera londrina deste Verão é indelevelmente vibrante e a corrente dos acontecimentos fez dos ‘London 2012’ senão o melhor, pelo menos um dos mais memoráveis Jogos Olímpicos da contemporaneidade. A XXX Olimpíada é um troante hino ao lado positivo do multiculturalismo e ao British way de estar no mundo: serious, but not too serious.
Que a coligação dos conservadores com os lib-dem não funciona, as simpatias pelo continente soam a singularidades financeiras da City ou Nick Clegg e o Labour andam desaparecidos em combate, são meros detalhes na big picture que é a Grã-Bretanha elisabethana dos tempos modernos. O PR style de David Cameron em Downing Street pouco denota de uma conjuntura económica com traços da austeridade envolvente dos anteriores jogos olímpicos na London de 1948. No Outono desse ano, mas na cidade de Zurich, Mr. Winston Churchill proferia um discurso a apelar aos ‘United States of Europe’. Usando do poder tribunício entre “a babel of jarring voices” dos vencedores e “the sullen silence” dos vencidos da II Guerra Mundial (1939-1945), o líder do free World defendia então o impensável sob o imperativo da necessidade: “If Europe is to be saved from infinite misery, and indeed from final doom, there must be an act of faith in the European family and an act of oblivion against all the crimes and follies of the past”.
Os ‘London 2012 Olympic Games’ – trully, a fantastic job – contêm muitíssimo da fé britânica acolhida na ‘Commonwealth of Nations’, cujo testemunho Harry of Wales descontraidamente entregou a Usain Bolt durante a sua visita de Março à Jamaica. O sprinter ganhou o que havia a ganhar no olimpismo; um win-win gold acompanha agora a bandeira viajada para o Rio de Janeiro, com “aquele abraço”. À celebração do Queen’s Diamond Jubilee no Thames seguiu-se o entusiasmo das ruas e jardins, de St. James a Hyde Park até ao verde regressado a Stratford, tudo a emoldurar a paixão desportiva nos estádios e a estimular um vivo debate sobre the legacy. O projeto iniciado há sete anos pelo Governo de Tony Blair reconfigurou East London e re-instilou os valores individuais da comunitária visão olímpica. Assim se semeia futuro, sob a ambição de inspirar uma nova geração de elite pautada pelo fair-play.
Os sports and games são aqui uma instituição social: afirmam a busca da excelência, estruturam o contacto interclassista e estabelecem os padrões da corrida ao ouro. Feliz estará o barão Pierre de Coubertin quanto ao sotaque britânico do faster–higher-stronger recuperado nos ‘Jeux Olympiques’ de 1896. A arena londrina tem os seus heróis e nem faltaram as lágrimas de um dopado logo até pelos media esquecido. Prova após prova, verdadeiramente glorificando o motto olímpico do citius-altius-fortius, atletas do mundo inteiro emocionaram na competição pelo better and better dos resultados. Mas o registo dos National Archives tem uma outra heritage: Londres comemora condignamente os 400 anos dos “Cotswold Games” e da decisão de Robert Dover erguer, em 1612, “an annual sporting fair that honoured the ancient Games of Greece”. Se falta ainda a Mrs. Hilary Clinton reeditar o aviso de os seus compatriotas por vezes deverem abster-se de viajar para o exterior, de averbar é também que, em 1648, observando Charles I, o Long Parliament e a alva da primeira revolução atlântica (1647-49), as gentes locais aprendiam a importância de “how to keep your head in a crisis”.
St James, 14th August
Yours very sincerely,
V.