London Letters
The Leveson Report, 2012
A liberdade de imprensa estará ameaçada no United Kingdom? Tal fantasia suscitará sorriso largo nos insulares, a exemplo do royal baby que os Dukes of Cambridge esperam para o Verão. Todavia, isso pensará um forasteiro após ler os jornais, navegar nos blogues e rolar nos twitees que enxameiam Westminster. - Oh, le sens de l'humour britannique! Tudo porque, a fim de controlar inenarráveis malfeitorias de Fleet Street como o phone hacking do News of the World e mesmo a recorrente too close relationship entre jornalistas e políticos de todas as cores, o Leveson Report acaba de recomendar a substituição da autoregulação dos media britânicos por um powerfull new press watchdog. – Well, a cat in gloves catches no mice. A procissão só agora assoma no adro, mas congrega ingredientes de odisseia. O já histórico inquiry reconhece que uma Imprensa livre e responsável é condição inalienável da democracia, mas os milhares de páginas espalhados por quatro volumes contêm também um outro incontornável elemento: “Press behaviour, at times, has been outrageous.”
O Leveson Inquiry simplesmente não dececionou nos meios e nos fins. Após um ano de testemunhos demolidores into the culture, practice and ethic of the press, ouvindo desde Mr Tony Blair e Mr Gordon Brown a Mr David Cameron, Mr Robert Murdock e Mrs Rebekah Brooks ou Mr James Murdoch e Mr Piers Morgan a Mr Hugh Grant, Sir Brian Leveson advoga um super regulador no setor em forma de Parliamentary Bill. Define que este seja independente de editores, governos e empresas, capaz de promover high standards e com poderes para investigar serious breaches e sancionar más práticas up to £1m fine. Quanto ao mais, entre as relações tendencialmente corretas com as polícias a par das perigosas transações de informação entre jornalistas e políticos e seus spin-doctors, Lord Justice é cirúrgico: defende a criação de a whistle-blowing hotline para profissionais under pressure to do unethical things. Ora, se os casos de abuso cursam nos tribunais envolvendo nomes grados do Murdoch’ empire – a ora infamous News International, - afigura-se que o Head do Sentencing Council for England and Wales assim redefine as traditionais configurações das teses libertárias e autoritárias sobre a comunicação social.
Inaudito é o súbito unanimismo em torno de Mr David Cameron. Ele é the hero of the hour. As reservas do Prime Minister a nova legislação neste domínio surgem no primeiríssimo comentário ao Leveson Report na House of Commons. O líder dos Tories questiona a respetiva necessidade, utilidade e praticabilidade. - Long time don’t see anything like this. A reação é efusiva. Se, em rigor, as primeira páginas não comparam às das Falklands war de Mrs Margaret Thatcher em 1982, o efeito de popularidade assemelha-se. O Premier é saudado como um homem de princípios e de coragem. Note-se o tom: “Cameron faces fight on press law” (Financial Times); “Cameron spikes press law” (The Times); “Cameron threat to veto Leveson” (Daily Telegraph); “PM rejects judge's call to create new press 'law'” (Daily Express); “PM no to Leveson press law” (The Sun); “PM rejects Leveson proposals” (Daily Mirror). O Guardian desafina neste coro: “PM defies press victims.”
Em suma, dear friend, contra o risco de censura, “Cam backs a free press.” Logo quando Mr Boris Johnson sugere a refundação da soberania britânica com a retirada da European Union. Argutamente escreve Michael Oakeshott, em Rationalism in Politics (1962) haver fenómenos políticos ininteligíveis in an unpoetical manner.
St James, 4th December
Very sincerely yours,
V.