To be or not to be
To be or not to be: that's the question
William Shakespeare (1564)
A sua identidade?
Hamlet: a peça, situada na Dinamarca. Os solilóquios que embelezam e interrompem a linearidade de um personagem-vida, concordando e discordando de si mesmo. O relativismo, o existencialismo e a companhia do eu-céptico.
Sonho de uma noite de Verão amores, fadas e humanos e elfos belos e luminosos que orientam o amor.
Romeu e Julieta : ó meu lábio, peregrino e solitário…
Estavam os artistas em pé e por entre nós declamavam, do soneto, as palavras que na folha anunciavam a abertura da estação deste teatro construído a céu aberto e que tão generosamente nos aguarda em cada Maio.
Sempre antes de ir releio justas traduções que me não trazem a música da escrita que a cada um soa por florestas, antes me sugerem caminhos adentro das pinhas mais fechadas, e aceito.
De que poder tens força tão temível,
(…)
jurar que a luz não favorece o dia?
(…) de onde tens tal fazer, de mal, agrado,
(…) em força e garantia tão dotado
Que o teu pior, em mim, é sumo bem?
Também Love’s Labour’s Lost (Trabalhos de amor perdidos): num afinal jurar conhecer o que está proibido à mente, num mergulhamos nos livros em busca da luz que nos cega, e desse facto se não importa.
O despertar do poder do destino quando tudo permanece tão vivo até aos nossos dias que revisitar todas estas obras é reconhecer que nunca fora delas se viveu.
E como os sentires por indícios têm o mérito de operar sondagens em profundidade, aqui deixo outro “iceberg” de Shakespeare, claro!
Blow, blow, thou winter wind
Thou art not so unkind
As man´s ingratitude
Freeze, freeze thou bitter sky,
That does not bite so nigh
As benefits forgot
(…)
Thy sting is not so sharp
As a friend remembered not.
TERESA VIEIRA