LONDON LETTERS
The Oxbridge Boat Race, 2013
São os azuis escuros e os azuis claros sobre o azul líquido do Thames, aqui mesmo, in London. Já a competição é uma daquelas deliciosas ideias de perfil vitoriano, que o gosto contemporâneo na ilha ainda cultiva em efervescentes festas locais pelas margens do rio. No próximo domingo ocorre a edição de 2013. Será a 159th Boat Race entre as universidades de Oxford e Cambridge. Ora, o expetável é a vitória dos melhores: do tipo escurinho, claro! ‒ As Rolland, tu ne vivrais pas si tu ne croyais pas! O duelo anual expressa a clássica rivalidade nas academias de Oxbridge, do topo à base, com os estudantes dos colleges a disputar a participação nas canoas de cada qual e as equipas finais a debaterem duramente a bondade de uma corrida à direita ou esquerda do rio. – Ohoh! The cat’s pyjamas. Se as caraterísticas dos atletas ditam a especificidade de cada regata, dados os contornos ribeirinhos e o resultado da moeda ao ar, facto é a corrida possuir divertidíssima história, constituir prática exemplar e avançar a tecnologia desportiva ao nível dos gloriosos pergaminhos da Imperial Royal Navy.
Sorry the dark badge, but… Comecemos pelos primórdios, com gentil ilustração artística do duo W. Havell e John Pye em quadro hoje pendurado no River and Rowing Museum de Henley-on-Thames. O desafio inicial propriamente dito parte de Mr Charles Merrivale, do St. John’s de Cambridge, para Mr Charles Wordsworth, do Christ Church College de Oxford. Aceite o duelo “who’s the best” para a localidade de Oxfordshire e vencendo os oxonianos com facilidade em 1829, a desforra náutica de Cam em 1836 institucionaliza a mais popular corrida de botes por estas paragens. À data, só a pontuação do honest John anda desconcertada no evento: Oxon, 76 vitórias; Cam, 81; mais um dead-heat em 1877.
Embora a distância entre os dois polos de Oxbridge seja ainda a épica estradeca que os une, bem grado o seu fluxo ininterrupto de decisores públicos para Westminster village, o teste nauta anualmente vivifica a pergunta primordial e coloca lado a lado duas meras canoas de molde a apurar quem é a óbvia melhor universidade do planeta e arredores. A regata abre em Putney Bridge e tem passagem marcada por Hammersmith Bridge e Barnes Bridge até terminar em Chiswick Bridge. O recorde das quatro milhas está em 16:19 minutos, obtido por Cambridge em 1998.
The 2013 Boat Race disputa-se no domingo de Páscoa, segundo a observância da Rome que também recentemente escolheu o seu melhor e quando novas trevas descem sobre o continente que a sábia prudência da geração de Mr Churchill e Mr Attlee visiona como infeliz ou unificado. Os picnics no Thames comparam, aliás, com o ongoing Cyprus job, na ausência de lição básica: a rule-free meal não é free from the essentials of table manners. Mas isso será algo destas águas. – Dear, adversity makes strange bedfellows!
St James, 26th March
Very sincerely yours,
V.