LONDON LETTERS
The 60th anniversary of the coronation, 1953-2013
O ano inicia-se com o fim do racionamento dos sweeties decretado durante a World War II. Sir Winston Churchill está de novo no Number 10 de Downing Street e no Buckingham Palace reina The Queen Elizabeth II, após o passamento de George VI. As expetativas de um tempo novo soam forte. Se a austeridade permanece em volta, há até festa especial para a garotada em Whitehall. ‒ Chérie, tout passe, tout s'use, tout se brise! Alguém encarna já este nobel espírito numa geração que vive a guerra. Em 2nd June 1953, Westminster Abbey acolhe a cerimónia de coroação real com os óleos e ritos com que desde 1066 e William the Conqueror se aclamam os soberanos nestas ilhas. Há exatamente 60 anos Her Majesty compromete-se a dedicar a sua vida, curta ou longa, à nação. – From the Abbey to the Palace and back! HRM é uma singular monarca constitucional: conhece a essência do poder, sabe exercê-lo e apresenta um exemplo maior de liderança de serviço.
Muito há para escrever sobre a Britain after war. A ascensão e queda das civilizações permanecem fenómenos algo obscuros na história universal. Com nevoeiro no continente e o país dividido quanto ao in or out face à European Union, 51% a favor e 49% a dizer sim à saída do projeto, celebra-se hoje na abadia o jubileu da coroa de Elizabeth Alexandra Mary Windsor com um Service of Thanksgiving. O protocolo reúne várias idades a cerca de um mês de HRM se tornar bisavó e a três anos de experienciar a longevidade no trono da Great Queen Victoria. Há um quê de 800 no ar para quantos conhecem que o contexto não determina coisíssima alguma e menos ainda as encenações em torno do trono. Em Sybil or The Two Nations, editado no mesmo ano que Friedrich Engels's The Condition of the Working Class in England in 1844, Mr Benjamin Disraeli sustenta que "power has only one duty -- to secure the social welfare of the People.”
O romance com tese ensina sobre a circunstância dos sem poder e dos poderosos. Também a alegre gravitas da jovem rainha de 27 anos assenta como uma boa luva na pompa da festa vivida na 1953 austerity Britain. Contudo, um olhar atento no greiny movie da coronation regalia observa o embaraço do Archbishop of Canterbury a rodar a sólida St Edward’s Crown em busca de algo que lhe permita identificar qual a frente e o verso. Esta é a gold crown produzida para a aclamação de Charles II, em 1661, após a anterior ser fundida às ordens do Lord Protector Oliver Cromwell na sequência da Glorious Revolution.
O exercício do poder tem requisitos imiscíveis com a deriva tirânica ou a ilusão eleitoral, e não se conjuga de todo em tudo com a impreparação. Serving others with joy é tarefa para poucos. Como nota o Archbishop of Westminster, Justin Welby: “The nature of power…is found neither in pomp and circumstance nor in public displays but in radical commitment, single-minded devotion and servant leadership.” ‒ Vivat Regina Elizabetha!
St James, 4th June
Very sincerely yours,
V.