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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

A cultura é um direito da arvore em relação ao mundo

 

Clifford James Geertz foi professor em Princeton e ainda hoje é considerado um dos antropólogos mais influentes dos Estados Unidos. Para o saber antropológico o conceito de cultura abarca inúmeras dimensões, até a da linguagem, a dos valores e leis.

Com Clifford, com Claude Lévi- Strauss entre tantos outros, intui-se a cultura como princípio estruturante da vida, insusceptível de ser enclausurada pois que ela é o próprio desafio, o marco coerente que se desenvolve na raiz da sua própria criação ou fruição.

Quantas vezes ao ler um livro sobre um determinado tipo de sociedade, sinto a necessidade de pensar experiências minhas em relação à sociedade em que vivo, e, nesse ângulo, se coloca a reflexão da árvore, a obra dos dias que vão sendo e as suas respostas ou processos.

Uma hora, chega sempre uma hora, em que começa a surgir-nos a necessidade de uma espécie de decantação dos significados e torna-se necessário reforçar a coragem do seu entendimento, da sua força para reflectir e actuar de acordo.

É então chegado o momento da qualidade criativa de cada um não recear partilhar a sua energia com o mundo que a envolve com os outros no dia-a-dia de muitas respostas vazadas de uma incomensurável distância de.

Tenho reflectido nesta temática inerente à cultura e sobre o próprio conteúdo do direito à cultura, e, surge-me como necessária, a constatação de muitos géneros a que chamaria de impossibilidades culturais. Na verdade, o problema da natureza jurídica do direito fundamental à cultura recoloca-se nas dimensões objectivas e subjectivas, muitas vezes desinseridas do património cultural a que se destinam ou de onde surgiram.

 

Certo é que a pessoa que se interroga profundamente é aquela que sabe qualquer coisa e que contamina o ambiente com o adubo mágico da interrogação.

Assim, não cessa esta pessoa de encantar-se com a árvore num humano sinal do seu direito face ao mundo; face à completude que a terra, caminho vivo que incita, lhe transmitirá que a vida, aquém se não fique.

« Moldam-se as plantas através da cultura, os homens através da educação», disse Rousseau.

A cultura é também o requinte do indivíduo que reflecte o seu progresso da consciência; a realização da natureza humana; a travessia da vida de cada um como mineiro de lágrimas e alegrias, como primeira e última comunhão ao beiral da janela do

é ali que eu vivo.

 

M. TERESA BRACINHA VIEIRA