Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

E esta China que me colocou à porta de um abraço? À porta de anos da vida que morrem sem tempo? Na lista?, uma esperança sem caça e um xadrez do dar-te-ei a flauta de cana, pois que a música… tem a forma da mente.

 

Vamos, vamos para um sítio seguro como nos segreda a linguagem do delírio. A hierarquia?, claro a inferior: aquela do prumo das sentinelas  que não enxugam suor. Aquela da hierarquia da grua que impõe distâncias nítidas e tem horror à decência humana.

 

 

No entanto

 

A fuga imóvel também existe.

 

E existe o dinheiro, existe um poder dos homens que é também género vivente dos deuses que o olham e o inventam como desejam.

 

 

Ainda não fedem os seres o suficiente para que a estranha estagnação tenha caracteres que a revoltem? Queria muito, queria muito que a dependência nunca nos alegrasse.

 

E China dentro, a benevolência da paisagem ignora a sorte dos que nela constroem a vida possível e, navegam rio, no escuro de si mesmos.

 

 

E como explicar que não há morte onde nunca se nasceu? Ou se nasceu em sede que sempre foi memória de a ter sentido? Ou bicho-da-seda que se não cansa de a produzir e de a chamar destino?

 

E podemos ausentar-nos que no parapeito do mundo que vimos, a ordem permite migalhas a quem trabalha terras e por elas produz concertos matinais de cores.

 

 

É a vida, mesmo depois de apagada a luz. É o desfile da coragem por muitíssimo tempo indefesa, ou não fizemos nós o nosso melhor para piorar o mundo?

 

Olhei e olhei e julgo ter percebido a angústia e a decrepitude de certos limbos.

 

Há muitos, muitos anos, que a falta de guarda às nossas almas, as tornou anjos loucos que apenas procuram sobreviver. E esta China é tanto a noiva que igualmente se aporta à nossa ilha-continente que, ao fruto do bem sobre o mal, chamarei sempre Esperança, e quero muitos, muitos quilos dela, a cada dia, já que o tempo voa sobretudo quando chove sobre o nada.

 

M. Teresa Bracinha Vieira

 

Julho 2013