LONDON LETTERS
One year to go, 2014-15
Os engenheiros das máquinas políticas andam excitadíssimos, com aspirantes a professional techs saltitando com saco de caramelos como nos períodos de recreio! A 365 dias para selecionar o próximo executivo, as equipas partidárias testam resposta a questão simples: Como obter o seu ou o meu voto? A resposta não está fácil a apenas duas semanas dos adjacentes sufrágios local e europeu, com a incerteza do referendo a uma free Scotland em fundo e um infindo desencantamento continental. — Pourquoi pas?! L'Union Européenne est en procès! Áreas há na vida pública cujos protagonistas aparecem tão impreparados no exercício de funções que só a ideia de os repor nos cargos causa indeclinável desconforto. Ora, o Ukip veleja de vento em popa e a sua afirmação a par de atraente abstenção ameaça as placas de Westminster. — Well, in the event of a Scottie yes vote, the outcome of the European election would be the least of our worries! A maioria desertou do centro político e gerou atípica coligação no último swing eleitoral. Desta feita, o quadro das opções surge ainda mais líquido.
Os dias estão solares como em suave Verão. A envolvente de Whitehall está também diferente. A paisagem partidária tem originalidades. De acordo com as sondagens existe um sólido novo terceiro partido cujo programa assenta na saída do UK da European Union. O Independent Party continua a polarizar o espaço mediático em grau que diz da galopada das preferências, de 3,1% em 2010 para os atuais 15%, no que contribui uma campanha de shock billposters a quebrar o condicionalismo social do politically correct. Mr Nigel Farage até se delicia com alguns Tories a proporem acordo entre independentistas e conservadores para a conquista do No. 10. A descer nas intenções de voto, os Lib-Dem de Mr Nick Clegg apresentam-se com ágil disponibilidade a apoiar qualquer maioria capaz de os levar a Downing Street, estreitando posições com um Labour que admite agora renacionalizar os caminhos de ferro. Inquestionável é o Prime Minister RH David Cameron ter excesso de variáveis para controlar e a presente wage living crisis não o ajudar.
Decision time countdown, pois. A economia disputa atenções com operação de takeover da AstraZeneca pela americana Pfizer. A provar os links entre os negócios e a política, o tema circula a céu aberto pelos corredores de Westminster. Na House of Commons celebram-se os 20 anos da primeira mulher ordenada na Church of England. O Archbishop of Canterbury afirmou em St Paul's Cathedral que “men and women are equally icons, witnesses, and vessels of Christ for the world”. Para o Dr Justin Welby é tempo de o General Synod abrir portas a women bishops.
A igualdade de género persiste com caminho para andar. A notícia do rapto de 250 schoolgirls de uma escola católica na Nigeria, com anúncio televisivo de venda, é da esfera do mal puro. Este caso ganha visibilidade internacional, mas sobretudo sinaliza a realidade atroz dos mundos que o 21th century deixa para trás com indiferença estonteante. Uma incivilidade que se estende das feras selvagens na selva africana aos manhosos predadores no calafeto europeu quando cá se rasga a carta dos direitos e deveres humanos por quantos desacreditam, dia após dia, o progresso e a educação. — Probably they already deeply know why they do it!
St James, 7th May
Very sincerely yours,
V.