Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
O memorial da autoria do Arquiteto Rui Sanches na Ribeira das Naus em Lisboa que homenageia Maria José Nogueira Pinto (1952-2011) é um símbolo que assinala, de um modo inteligente e sensível, o exemplo de quem, ao longo da sua vida, fez da ação e do cuidado dos outros apanágio da compreensão das pessoas e do mundo. Bem-aventurados os que não aceitam a indiferença. O lugar é significativo – perante o Tejo, próximo de onde partiam e chegavam as caravelas e as naus, aqui foi o Paço da Ribeira, a Casa da Índia, onde nos dias gloriosos se sente a perenidade da história, como lembrou Jaime Nogueira Pinto. Há uma janela aberta sobre o magnífico estuário, e uma casa incompleta, a lembrar a obra persistente de quem sonhou com mil coisas, com a reanimação da Baixa-Chiado, com a vida de Lisboa e fez da habitação social uma responsabilidade sempre inacabada. Tendo conhecido a Zezinha desde que entrámos na Faculdade de Direito, sempre encontrei nela o mesmo empenhamento, o gosto de intervir, de fazer, de ajudar, de cuidar. Durante os últimos anos partilhámos algumas ideias, preocupações e projetos. Falámos de tudo, discutimos as questões mais diversas – e o tempo levou-me a admirar-lhe sempre a pertinácia, a inteligência e o rigor. Perante o memorial da autoria de Rui Sanches pude lembrar mais uma vez a Maria José e o seu exemplo. O lugar é ideal, tenho a certeza de que concordaria com a escolha, para lembrar a todos que nunca estamos dispensados de agir e de estar atentos! Esse o grande apelo daquelas paredes de um mundo em construção.
O golpe foi bem na testa; não comerá mais criancinhas na floresta. Lato modo, assim ia a rhyme. Os termos de terramoto, hecatombe, tempestade and so on rotulam a revolta popular face aos partidos moderados do centro nas 2014 local & european elections. Tudo pré visível. — Comme Madame Lagarde et les Belges dissent, la confiance part à cheval et revient à pied! Os resultados são só veementes. O Ukip vence o sufrágio europeu (27,5%), seguido do Labour (25,4%). Os partidos da coligação governamental submergem. Os Conservatives caem para histórica terceira posição (23,9%) e os Liberal Democrats para a quinta (6,8%), atrás dos Green (7,8%), com um deputado eleito no último minuto e perdendo dez. — Dear, a black hen lays a white egg! Em Brussels, ativados os demónios xenófobos do nacionalismo, a resposta para acomodar a equação da desesperança é — surprise, surprise! — business as usual. Em London, sob auspícios de HR Charles of Wales, reúne a Conference on Inclusive Capitalism. No mais, and with a lot of red faces around, estamos ukipassados.
Dias curtos, frios e chuvosos por cá. Também algo tensos no electoral fall out. Os independentistas liderados por Mr Nigel Farage engolem os parties of Westminster e marcam posições nos counties de England a Wales e a Scotland. Ao Labour Party cabe agora bater a purple colour, pois Tories e Lib-Dems enfrentam árdua travessia em mar calmo de sargaços. Há uns séculos atrás, numa das suas mais intensas tragédias, Master William Shakespeare expõe magno diagnóstico sobre a desordem das coisas através de a minor character. No exterior do Castle of Elsinore, a little past midnight, in the cold and dark, esperando pelo fantasma do rei assasinado por um trapaceiro, afirma lapidarmente Marcellus: — “Something is rotten in the state of Denmark” (Hamlet. Act 1, scene 4, 87–91). São depois necessárias muitas linhas para resgatar a honra perdida. Se o mapa dos eurocéticos acentua as cores, a tinta abstencionista é a tela real do estado de uma união europeia que soube preservar a paz. Mas a Leste progride nova Cold War, à qual só o United Kingdom doa resposta.
O painel é de elevado valor, seja qual seja o ângulo. HRH The Prince of Wales, ex US President Bill Clinton, a FMI Director Christine Lagarde ou a CEO Mrs Lynn Forester de Rothschild são presenças na Inclusive Capitalism Initiative acolhida ontem pela Lord Mayor da London City em The Mansion House and Guildhall. A debate apresentam-se desafios como a desigualdadade na distribuição da riqueza e as ideias de Mr Milton Friedman sobre a promoção de fins sociais à luz do ressentimento eleitoral. A senhora de Paris é evidente aposta política deste movimento crítico ao do nothing na imperativa reforma da operação europeia, quando Berlin anda ainda parecida com histórica caraterização da Première Restauration por François Dumouriez. O general aderente do Club des Jacobins, e preso na Bastille, lapidarmente conclui sobre o rei no palácio que "les courtisans qui l’entourent n’ont rien oublié et n’ont rien appris."
Já o guardião de Roma ora no muro das lamentações em visita a Jerusalem, Palestine e Jordan. No manifesto pontíficio alerta o Pope Francis para a economia da exclusão. Aponta o caminho da educação e luta contra a pobreza. Mais: — The legitimate redistribution of economic benefits by the state, as well as indispensable cooperation between the private sector and civil society.