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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

TEMPO DE FÉRIAS…


NAZARÉ COM ROQUE GAMEIRO…

 

NAZARÉ COM ROQUE GAMEIRO…

 

Eis-nos diante do cenário que muitos recordamos na nossa costa de longos areais.
O pintor é Alfredo Roque Gameiro (1864-1935), o indiscutível patriarca da «tribo dos pincéis».


Já aqui tivemos há dias sua filha Raquel e outros virão por certo.


Como poderemos compreender Portugal, sem perceber «onde a terra se acaba e o mar começa»? Aqui temos a Nazaré. O cenário é inconfundível. Lá em cima, está o Sítio, o Santuário da Senhora da Nazaré e a memória do primeiro Almirante da nossa Armada, D. Fuas Roupinho, referência mítica de muitas lendas…

Veja-se o elegante lançamento das embarcações, lembrando as influências mediterrânicas e especialmente fenícias. E, estendidas na areia, estão as redes, que três crianças consertam em primeiro plano. É, por certo o fim da manhã, e nas águas diversas embarcações fazem-se à faina ou descansam dela. É talvez Primavera. Aqui é o Atlântico que se manifesta pleno de fulgor.

Sophia perante estas proas afiadas lembra-nos a vocação antiga:

   «Os que avançam de frente para o mar 
   e nele enterram como uma aguda faca 
   a proa negras dos seus barcos
   vivem de pouco pão e de luar».

E como intitulou a poeta estas palavras? «Lusitânia», a exprimir o mais fundo de nós mesmos, habituados a enfrentar o mar, capaz de nos dar alimento e riqueza e de nos trazer a tragédia dos naufrágios.
Mas o mar é a origem e o destino de quem somos!

 

CNC

 

ATENA

 

Atena

Virgem que por sémen jogado à terra

Lhe nasce filho

Que por seu espírito guerreiro

Nenhum herói se revelaria cambaleante pelo esforço

Antes todos os reforços lhe chegavam

Vindos dos imponentes apelos às forças da natureza

Anunciadas por ela

Poderosíssima Atena!

Deusa guardiã da cidade que é o peito de cada um

Ávida no querer ouvir mais sobre as vitórias

No aproximar-se aos seus adversários que recuavam frouxos

E sempre as oliveiras

Suas escravas nos preparativos às vestes de guerra

Eram testemunho de que combatia a pé

Guardando as quadrigas

Para os regressos das batalhas que lhe aprisionavam

As lágrimas

Atena

Triunfo de uma casta

Que nunca demorou a auxiliar-se

Trocando consigo mesma as novidades favoráveis que trazia

Assim se recompensando em sabedoria e estratégia e arte

Numa quase perigosa agudez de espírito

Mas de uma determinação invulgar

Oferecendo peito e olhos ao seu ideal:

Atenas

 

M. Teresa Bracinha Vieira

Agosto 2014