TEMPO DE FÉRIAS…
NAZARÉ COM ROQUE GAMEIRO…
Eis-nos diante do cenário que muitos recordamos na nossa costa de longos areais.
O pintor é Alfredo Roque Gameiro (1864-1935), o indiscutível patriarca da «tribo dos pincéis».
Já aqui tivemos há dias sua filha Raquel e outros virão por certo.
Como poderemos compreender Portugal, sem perceber «onde a terra se acaba e o mar começa»? Aqui temos a Nazaré. O cenário é inconfundível. Lá em cima, está o Sítio, o Santuário da Senhora da Nazaré e a memória do primeiro Almirante da nossa Armada, D. Fuas Roupinho, referência mítica de muitas lendas…
Veja-se o elegante lançamento das embarcações, lembrando as influências mediterrânicas e especialmente fenícias. E, estendidas na areia, estão as redes, que três crianças consertam em primeiro plano. É, por certo o fim da manhã, e nas águas diversas embarcações fazem-se à faina ou descansam dela. É talvez Primavera. Aqui é o Atlântico que se manifesta pleno de fulgor.
Sophia perante estas proas afiadas lembra-nos a vocação antiga:
«Os que avançam de frente para o mar
e nele enterram como uma aguda faca
a proa negras dos seus barcos
vivem de pouco pão e de luar».
E como intitulou a poeta estas palavras? «Lusitânia», a exprimir o mais fundo de nós mesmos, habituados a enfrentar o mar, capaz de nos dar alimento e riqueza e de nos trazer a tragédia dos naufrágios.
Mas o mar é a origem e o destino de quem somos!
CNC