LONDON LETTERS
The Scottish Kilt, 2014
A ideia de dissociar estas ilhas por nacionalismos estremece a alma do cosmopolita ocidental, mesmo sob a oldish joke de estados separados por igual língua ou à luz da delicada geometria de clãs, tartãs e Mcnames. — Chérie, à tout bon compte revenir!
O debate televisivo de ontem sobre o Scottish referendum termina com um novo fôlego separatista. Segundo a mais recente wisdom of crowds, 71% para o Yes e 29% para o No. — Hmm! Like author, like book! Nos USA, o Signori Mario Draghi denota também preocupações mas face ao desemprego e a crescente risco de estagflação continental. Em Paris, as controversas políticas de austeridade apeiam o Premier Manuel Valls, ao fim de 147 dias, para o President du Matignon logo erguer o Gouvernement Valls II. Rome discute o regresso à Lira para finar longuíssima depressão económica de 14 anos.
Fine day pelo iodado Sul e igual num sobreaquecido Norte para onde mais rumam os olhares. Scotland é um belíssimo país, cujas green mountains são de entrecortar a respiração a qualquer pequeno mortal. Por primordiais razões estéticas, pois, entristece a ideia de cercar as highlands por uma fronteira abolida em 1606 por James VI dos Scots e ilustre sucessor da good Queen Bess como James I of England. O countdown para a big decision agudizou ontem real temor, após as sondagens encurtarem posições entre o Yes please e o No thanks. O segundo e último debate televisivo deslustrou até no argumentário das partes. O First Minister Alex Salmond dominou an old school political game face a noite desinspirada de Mr Alaistair Darling pelo Better together. Algo, porém, foi claro: é tudo isto possuir diluentes políticos com sabor a aventura de mprevisíveis efeitos num reino unido por comum pauta de valores, cultura e história. And not just in the UK.
Instável está ainda a Euro area, com horizonte cruzando riscos de apatia social, fragmentação política e estagflação económica. O líder do European Central Bank fez um majestoso discurso no Jackson Hole Economic Policy Symposium que anualmente reúne os banqueiros centrais no sunflower State do Kansas. Desconhecendo-se o autor, um auditório desprevenido admitiria até ouvir um keynesiano rebelde. Em foco o desemprego, tomado como aquilo que efetivamente é: um tormento individual e um corrosivo mal coletivo. Segundo o Signori Draghi, ”no one in society remains untouched by a situation of high unemployment. (…) And unemployment is at the heart of the macro dynamics that shape short- and medium-term inflation, meaning it also affects central banks.” Contra Berlin, a City of London aposta no lançamento de um ECB emergency bond-purchase programme a título de estímulo monetário.
As manobras políticas revelam aqui outros contornos, com os primeiros passos das estratégias partidárias nas 2015 general elections. Mr Boris Johnson anuncia que disputa a candidatura à House of Commons em Uxbride and South Ruislip, a blue West London constituency detida por Sir John Randall com uma confortável maioria de 11,000 votos. Já Mr Nigel Farage avança no clássico Kent, para Ukkiper MP por Thanet South e lugar representado por Mrs Laura Sandys… uma Europhile conservative em Wesminster, aparentada com os Churchills. — Dear, a pair of genuine aligator shoes are always nice.
St James, 26th August
Very sincerely yours,
V.