PORVENTURA VERSOS
1.
Quando vejo por sonhos meu tesouro
Parece que o vejo numa alma aqui presente
No centro das minhas mãos cerradas e tementes
Que apertam venturas imensas ou já ausentes?
É altura de uma grande fantasia
Entender dano, perdição fuga e morte
Ou sublime não fosse
Aquele norte
Que um dia vivi se assim dizer posso
De um segredo que por o ser
Se não diz e de tão quieto se não mostra
Mas de indício se transforma
No beijo meu
Esse sim
Pois consenti-o nos meus olhos
Quando mesmo gentil
Não pude ver-te
M. Teresa Bracinha Vieira
2015
2.
De ti nada guardo na memória
De ti tudo tenho em meu coração
E os tempos que vão
De vãs glórias
Mais não são
Do que teu amor, amor
Minha história
E quando eu morrer saberei
Do teu braço num abraço
Que segura a minha mão
E por tal certeza
Tudo te devo
E não só por consolo de luz
Já que a promessa
É peito e foi segredo e gruta
Jura por ambos feita
Luta de amor
Que em nós perdura
Peça única
No cristal do céu
Reconhecendo-nos
Nuvem de chuva clara
Saudade muita
M. Teresa Bracinha Vieira
2015