LONDON LETTERS
The spirit of the Magna Carta, 1215-2015
Admirável ano novo. HM The Queen assinará a June 15 uma declaração onde a House of Windsor reafirma os princípios políticos selados pelo King John em Runnymede (Surrey) no longínquo ano de 1215. Será o ponto alto das comemorações globais no 800th anniversary da Magna Carta, simplesmente a argamassa dos pilares da Law, Liberty and Legacy que ancoram a monarquia britânica até aos nossos dias.
Um mês antes, a May 7, realizam-se as eleições gerais para o 56th Parliament of the United Kingdom e um indefinido governo constitucional face à previsível emergência de um novel sistema pluripartidário em Westminster. Já em September, Elizabeth II alcançará o estatuto de monarca com maior longevidade no trono de Buckingham Palace. — Chérie, méfiez-vous de brouillard dans le canal! Também o legado de Sir Winston Spencer Churchill está debaixo do olhar público na passagem sobre o meio século do seu desaparecimento. Ao falecer em 24 January 1965, o mais famoso RH Prime Minister de sempre completara 65 anos de serviço à coroa na House of Commons. — Not bad at all! O conjunto declara quanto a tradição e a inovação lutam hoje pela soberania.
Clear skies and cold days no arranque em força da campanha eleitoral, desde já assombrada pelo Ukip factor. Mr Nigel Farage está por todo o lado, das conversas aos jornais, rádios e televisões. As sondagens são tão mais prometedoras aos eurocéticos quanto nubladas para o Labour e a coligação dos Tories/Lib-Dem. Definidas estão as principais mensagens partidárias: os conservadores esgrimem a boa economia, os trabalhistas hasteiam a defesa do serviço nacional de saúde e os liberais posicionam-se como poder moderador entre os big two. Contra este establishment se apresentam de modo temível tanto os ukkipers, com a emigração e a Brexit, como o SNP, com o estandarte da independência escocesa, pouco convencidos que estão os Scots com os arranjos constitucionais saídos do recente referendo.
Em intensa campanha até ao day at the races se inscreve a reflexão em torno da Magna Carta, aliás, a par de datas maiores como as batalhas de Agincourt (1415 October 25) e Waterloo (1815 June 18). Os medievalistas da British Library há muito que envolveram uns quantos entusiastas em magnífico programa das festas, dentro e fora das portas do reino. Agora avança uma vasta cooperação institucional que globalmente dará a conhecer quer o quê como o porquê da importância de um pergaminho acordado entre um rei reconhecidamente tirânico e um bando de barões insurretos com prelados à mistura. Antes da esperada major exhibition na Library’s Treasures Gallery, que acolhe em Euston Road os quatro exemplares existentes da 1215 version of Magna Carta a partir de 13 March, uma boa introdução a este marco no pensamento político ocidental ocorre este mês no Museum of London e com um diverso objeto. O lendário Professor of Government Vernon Bogdanor de Oxford dá uma “special lecture to mark the 50th anniversary of Churchill's death,” justamente junto ao London Wall de uma City que aparece na charter com uma cláusula única sobre as suas liberdades.
Muito se escreverá sobre os acidentes na carreira política e o abuso tributário do Bad King John para justificar a tradição atlântica gerada pela Common Law. At the end of the day, porém, deseje-se que uns quantos influentes percebam o essencial: que foram ocasião e não causa do movimento de limitação dos poderes. A cultura constitucional requer cuidados de delicada jardinagem nas mãos de lideranças competentes, mas também povos que amam até ao tributo de sangue quanto ao longo da história constroem. Na última mensagem à nação, Her Majesty honrou a geração de 1914-18 e a autoridade natural da recomposição. — A lovely message to the land of the free, Ma’am.
St James, 6th January
Very sincerely yours,
V.