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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

PORVENTURA VERSOS

5.

Porventura versos 5.JPG


Não me fugi de ti nem de mim

Senhor

Que de tantas graças me confundiste a paz

E isso sei, bem sei, e dessa realidade em mim confusa

Me culpei

 

E sem carrego que merecesse enfim

Fui aos teus braços um dia

Para saber de mim

 

E estavas tão só

E tão sonhador

 

Que falhei

Mal vi a tua feliz dor

 

E fiz-me ao caminho

Senhor

Àquele que se traçaste, para mim, não fora

Minha vida percorrê-lo

 

Mas hoje, te digo, que, sem dele ter sabido

Ardume

Nada seria daquele barco de vela areento

E nós nele

 

E tu em mim boda paciente

Tão comungada tão ar-do-vento

 

E eu em ti, tão longe.
 

  

Teresa Bracinha Vieira

2015

 

6.

Porventura versos 6.JPG


E tu

No mundo por Deus

Pouco ou nada entendeste

Mostra de vitória logo te deste

E sim

 

Fugindo para um jugo

Mal pressentido

A troco de escura e estranha glória

 

Agora amor

A segurança de nós invicta

 

Quebrou-se

E ao quinto dia ninguém se espera

 

O reino da ausência subiu tão alto

Que a bandeira, essa, sim, dele

É vencedora 

 


Teresa Bracinha Vieira

2015