PORVENTURA VERSOS
7.
Se um dia voltasse a ser
O dia em que te fiz mágoa
Pudesse eu
Voltar a princesa e ter
Braços para nos salvar
No teu coração
Inundado de água
Mas crê paixão minha
Que a chamada que te faço
Agora
Acende o peito, a mão,
O beijo que em ti espalho
E de tão sublime verso
Os meus olhos te pedirem
Aqui já to dou
Basta devolveres
Para mim
Que tua parte de mundo
Eu sou
Em ti
E nada cessa
Lá onde canta o universo
Mais do que prometeste me deste
Mais do que de perigos me salvaste
Que de outros sentires quase me mataste
E em ardentes engenhos me enganaste
E de tanto corrente e sublimada
Me fugi
Mas não agreste
Só sofrida
Não muda
Só de choro
Teresa Bracinha Vieira
2015
8.
Coloquem-se os cisnes mansamente
Pelos caminhos das veias ligadas em cadeias
E mil desconcertos de guerras numa paz de sono
Logo se fará
Ou as pastoras dos cisnes de nocturnas horas
Não entendessem as forças
Da especial necessidade
Antigas no socorrer-nos
E ainda mais ledas do que cansadas
As pastoras vivem o trabalho na memória
De que todos somos deleites intranquilos
Na terra que não guardamos
Na rédea que mal seguramos
Quase sempre a ver, não vendo, a voar ficando
E a apregoar esclarecendo
Que somos navegantes?!
Coloquem-se os cisnes mansamente
Teresa Bracinha Vieira
2015