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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

PORVENTURA VERSOS

7.

Porventura versos 7.JPG


Se um dia voltasse a ser

O dia em que te fiz mágoa

Pudesse eu

Voltar a princesa e ter

 

Braços para nos salvar

No teu coração

Inundado de água

 

Mas crê paixão minha

Que a chamada que te faço

Agora

Acende o peito, a mão,

O beijo que em ti espalho

 

E de tão sublime verso

Os meus olhos te pedirem

Aqui já to dou

Basta devolveres

Para mim

 

Que tua parte de mundo

Eu sou

Em ti

 

E nada cessa

Lá onde canta o universo

 

Mais do que prometeste me deste

Mais do que de perigos me salvaste

Que de outros sentires quase me mataste

E em ardentes engenhos me enganaste

E de tanto corrente e sublimada

Me fugi

 

Mas não agreste

Só sofrida

Não muda

Só de choro

 

 

Teresa Bracinha Vieira

2015

 

8.

Porventura versos 8.JPG


Coloquem-se os cisnes mansamente

Pelos caminhos das veias ligadas em cadeias

E mil desconcertos de guerras numa paz de sono

Logo se fará

 

Ou as pastoras dos cisnes de nocturnas horas

Não entendessem as forças

Da especial necessidade

 

Antigas no socorrer-nos

E ainda mais ledas do que cansadas

As pastoras vivem o trabalho na memória

 

De que todos somos deleites intranquilos

Na terra que não guardamos

Na rédea que mal seguramos

Quase sempre a ver, não vendo, a voar ficando

E a apregoar esclarecendo

 

Que somos navegantes?!

 

Coloquem-se os cisnes mansamente

 

Teresa Bracinha Vieira

2015