PORVENTURA VERSOS
15.
Meu menino, não me fujas
Que a guerra é perto
Tento refrear o passo, mas acredita
A força é dura, falo daquela que me leva
E a ti ao colo
Meu menino que exército se atreve
A separar-nos
A quebrantar lágrimas e abraços
O que farás tu se o mais potente te leva de mim
E eu solta te poderei ver correr mais do que certamente
Corríamos os dois enlaçados?
Meu menino, ata-me a ti
Já só te sigo, e mesmo que não me esperes
Ou aguardes, há guerra
Guerra muita na mágoa de não seres
O santo banhado de riso, alegria e ternura
Por quem minha vida se desfez e se fez dura
No ser e no parecer tua e tu meu
E qual dos dois o vencedor
Menino?
Que nesta guerra tudo se desfaz
E sente-se a faminta ternura
Mimoso o choro
Chantagem no afago
Julgados e experimentados nos juízos
E desta arte conforme ambos somos
Meu menino, não me fujas
Que a guerra orna
O eterno afecto
Lá por onde vai gente
E fio
Notícia inteira
Daquela que ainda
Não sabes
Teresa Bracinha Vieira
2015
16.
Recebe de mim
Sem falta, meu olhar
Submisso no poder até quando
Dando-me de ti virei influída
Para descobrir o jeito
Que a unida esfera nos tem
Em leito de terra e mar
Segredo que se chama
Amor
Teresa Bracinha Vieira
2015