LONDON LETTERS
The theory of win everything, 2015
Sucesso britânico em Holywood. Mr Eric Redmayne bisa o êxito dos 2015 BAFTA e conquista o Oscar da Academy como best actor em The theory of everything, a exemplo de Mrs Julianne Moore como best actress em Still Alice. Dois filmes fantásticos, a ver com o premiado Birdman e os descuidados The imitation game, Boyhood, Selma e The Budapest Hotel.
— Chérie, c’est pain bénit! Já Westminster está transformada em local de… car crash. Dois seniores MPs são filmados em salas das Houses of Parliament a discutir o seu potencial emprego por uma companhia chinesa. Pior: Ambos ex Foreign Secretaries, um Labour e outro Tory, simplesmente estão a dialogar para câmaras e repórteres de investigação do Channel 4 e do The Daily Telegraph. Com drama e demissões na mescla, o debate move-se agora para a questão da representação política como full time job. — Hmm. Carrying coals to Newcastle. Brussels liberta fumo branco em torno da extensão do Greece bailout. Ukraine vive dias dramáticos de guerra, etiquetados de tréguas na propaganda e que levam o Prime Minister a Westminster. Aqui afirma RH David Cameron que “the Britain role is to keep European Union and US together.”
Windy weather pela ilha após uma noite de sonho em Los Angeles, na festa dos 87th Academy Awards. Se Birdman soma as almejadas estatuetas de best director e best cinematography, para Mr Alexandro Iñárritu e Mr Emmanuel Lubezki, é o jovial talento de Mr Redmayne que marca uma cerimónia onde de novo rolam os british movies sobre as british minds. A sua interpretação do Professor Stephen Hawking fica legendada como a clean sweep of awards season e é ainda um arrebatado Redmayne a receber o dourado prémio com doce declaração de triunfo: — “This Oscar – wow!” Já Mr Benedict Cumberbatch, outro forte candidato local ao top acting, somente revisiona um longo elogio sem édito pelo papel do genial criptógrafo Alan Turing. The Imitation Game acaba premiado na categoria de best adapted screenplay. Por tudo e todos, vivo aplauso.
No campaign trail vive-se em plena ocorrência de sismo com alta magnitude na escala de Richter. Dois gentlemen, ambos ex Foreign Secretaries, são cinematografados em explosivas entrevistas de emprego. O teor dos diálogos é impróprio, entre o salário a menos e o tempo livre a mais, mas quer RH Jack Straw (Lab) como Sir Malcolm Rifkind (Con) sustentam na BBC que nada de ilegal fizeram ao disponibilizar os talentos a Beijing e vitimizam-se até como presas de sofisticada armadilha. Os seus partidos suspenderam-nos e responderão algures perante comissão de inquérito, decerto enquanto procuram ativamente novas ocupações.
Este caso dará ainda um bom punhado de votos aos partidos de protesto. Porém, também estes sofrem sérios agravos de imagem. A líder do Green Party, Mrs Natalie Bennet, tropeça nos números em entrevista na LBC radio. O Ukip afunda-se após a emissão no Channel 4 de medonho docudrama sobre uma Premiership de Mr Nigel Farage. As Lord Ashcroft polls concedem agora a liderança aos trabalhistas: Labour – 36%; Conservatives – 32%; Ukip – 11%; Greens – 8%; e Lib Democrats – 7%. Faltam 71 dias para as general elections.
Veloz é o concerto no Eurogroup em torno das propostas gregas ontem enviadas a Brussels para remodelar o programa de austeridade na Hellenic Republic. Embora sob prognóstico reservado, com financiamento garantido por mais quatro meses, Athens recebe luz verde para implementar a sua lista de reformas alternativas. Aquelas que, contrariando o German Finance Minister Wolfgang Schauble, entre outros, tanto garantem a vitória ao Syriza e protagonismo a Mr Yanis Varoufakis quanto finalmente colocam as chancelarias europeias a debaterem política e um futuro comum. — Well, the squeaky wheel gets the grease.
St James, 24th February
Very sincerely yours,
V.