LONDON LETTERS
Towards a federal United Kingdom, 2015-20
O Prime Minister tem luz verde de Her Majesty para o State Opening of Parliament a 27 May, após um primeiro encontro a 18 May dos representantes saídos da torrencial General Election de 7 May 2015.
A democracia de Westminster tem um puro executivo Tory, assente em fina Working Government Majority na House of Commons. O êxito de RH David Cameron e a derrota eleitoral de todos os rivais partidários provam o triunfo da austeridade suave, mesmo sob a alta pressão dos indy Scots. — Chérie, chat échaudé craint l'eau froide! O ensaio é clássico. Coloque a mão direita em água gelada e a esquerda em água quente; agora ponha-as em água tépida; uma sente calor e a outra frescura. O experimento explica aos estudantes de Politics como ler a realidade além das perceções. O cerco final ao Labour ensina sobre a credibilidade das políticas e competência dos políticos. — Hmm. Scaling up the science of scarcity. A solução constitucional federalizante e o referendo europeu são testes à perícia do Cam Govt II. Across the United kingdom, os sinos das catedrais assinalam o VE Day. A fechar o encontro com os veteranos em St James, sem escolta ou carro para casa, Charles of Wales passeia por ours green and pleasant land.
A fine morning with a very blue and sunny sky em dias da “sweest victory” para o Premier. RH David Cameron completa hoje o reshuffle do seu governo, mantendo no No. 10 o núcleo duro da equipa e satisfazendo as alas com os despojos eleitorais do desbaratado aliado Lib Dem. A batalha é sangrenta, o preço no No. 11 alto, mas o resultado could not be better or… worse. As sondagens dão a liderança ao Labour até ao último Summer e desde este Winter que repetem a tela de a hung parliament, assim sugerindo ao what’s next incertos acordos à esquerda e à direita para indefinida coligação. Nada disso, como no duelo ao sol de 1992 entre o blue Sir John Major e o red Mr Neil Kinnock. Os Tories obtêm clara maioria na House of Commons, a todos e até a si próprios maravilhando. A tribuna parlamentar ganha novas cores, com a big bagpipe band na câmara: Conservative – 330 MPs; Labour – 232; Scottish National – 56; Liberal Democrat – 8; Democratic Unionist – 8; Sinn Fein – 4; Plaid Cymru – 3; Social Democratic & Labour – 3; Ulster Unionist – 2; Green – 1; Ukip – 1; Independent – 1; mais o Speaker – 1. Como se chega aqui e o que daqui resulta é algo a examinar.
Por que não venceria o blue Team no centro das sucessivas maiorias de Margaret Thatcher e Tony Blair? Dois milhões de novos empregos, biliões para o SNS ou salários sem impostos são promessas ao coração da aspirant middle class. Melhor: em contraponto a um Lab better plan nunca por inteiro consolidado, de aversão ao rico e amor aos pobres, aqueles que detestam a burocracia dos subsídios e aspiram à propriedade. Atacado a South pelo anti-business flavour e a North pelo inverso, Red Miliband não sustém o ilusionismo económico e vê finalmente o Shadow Minister Ed Balls demitido pelo eleitorado. A tese de aliança antipatriótica com os Scotties é a metralha fatal dos conservadores. Também o vento das highlands cumpre as melhores expetativas do SNP e varre os trabalhistas do mapa, tal qual fizera aos Tories. Os main parties sossobram à pauta anti-austeriy de Nicola Sturgeon, sem que a moderação Lib Dem se ouça após rasgarem o seu anterior manifesto eleitoral e Greens ou Ukippers concentrem votos bastantes para o volteio do first-past-the-post system. “No business as usual,” diz a progressive Scotland First Minister. Já sentado em Westminster, o father of the clan Alex Salmond retoma o discurso da independência.
A vitória conservadora ocorre no mesmo dia da rendição incondicional alemã na II World War. As hostilidades terminam oficialmente no continente a May 8, 1945, data crismada pelo então Prime Minister como VE Day – Victory in Europe. A guerra a East continua e por isso Sir Winston Churchill termina a feliz comunicação via rádio ao reino e ao império com o apelo “Advance, Britannia! Long live the cause of freedom! God save the King!” Estas palavras soam de novo na cerimónia comemorativa no London Cenotaph, pela voz do neto Randolph. Aplicam-se por inteiro a dois formidáveis desafios que os britânicos e o seu novo governo têm pela frente. Manter o UK together é o principal dossier político no No. 10 de Downing Street, mas permanecer in Europe é o teste histórico ao talento do Right Honourable David Cameron. Em 2017 haverá eleições presidenciais em Germany e France, a par do referendo in/out em GB. — Wishing you well, congratulations for Cam, The Man.
St James, 11th May
Very sincerely yours,
V