LONDON LETTERS
The road to Waterloo, 1789-1815-2015
“It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness.” As pinceladas de Mr Dickens mostram a Europe na esteira da French Revolution (1789-99).
A rebelião segue depois a cavalo, pisando fronteiras, tão sanguinolenta quanto imparável. Em 1807 já Napoleon I domina o eurocontinente. Bravios, resistem Britain e Portugal. — Chérie, ‘non’ est un joli mot, mais il faut être le premier à le dire! O vento só muda num distante June 1815. As décadas de turbulência abrem então à Pax Britannica e ao Britain's imperial century. — Hmm. Always remember Lord Acton: ‘Power tends to corrupt, and absolute power corrupts absolutely’. As lições da road to Waterloo ecoam na atualidade. Na Eurozone prossegue a tragédia grega, com as chancelarias a perceberem que por Athens passa o papel de Germany na definição das suas políticas domésticas e não o cumprimento do mandato popular pelo Syriza ou os trocos helénicos na geopolítica do Mediterrean Sea. Por cá é o Brexit debate. Rome lança a Laudato Si/Sulla cura della casa comune, original encíclica do Pope Francis sobre a questão climática, reposicionando as atenções no lugar da espécie humana na natureza.
Hot, hot days around. Os historiadores, tal qual os literatos, usam arrumar o tempo por épocas. Por aqui regressa-se à era do Duke of Iron e do Lion Sea, o Field Marshal Arthur Wellesley, HG 1st Duke of Wellington, e o Vice-Admiral Horatio Nelson, 1st Viscount Nelson, heróis que entre as batalhas de Trafalgar (1805) e de Waterloo (1815) reescrevem o futuro político do euromundo. O interesse pelo bianiversário da Battle of Waterloo extravasa as comemorações. What if? é ainda o nome do jogo realizado em vários quadrantes para imaginar como seria hoje o old continent e os seus desviacionismos a East & West caso aquele Summerday apresentasse resultado diferente no choque das espadas. Justamente entre os ora ditos liberal Napoléon vs. autocrat Wellington? Assim, aqui e além esquecendo os exemplares da instântanea dinastia córsica espalhados pelos tronos de North & South, que europeus seríamos? No chuvoso domingo de June 18, 1815, em campo aberto junto a Waterloo, cerca de 220,000 homens entre cavalos e canhões lutam entre si até há morte por visões competitivas. Após 10 infinitas horas, general invencível em inúmeras batalhas, o outrora Napoleone di Buonaparte afirma ter sido ali emboscado por Deus.
E que dizer dos destinos cruzados na colina a South de Brussels? Exilado em St Helene, desde o ano da derrota, Bonaparte morre em 1821, sem aura mas após Confession, Extreme Unction & Viaticum. O sabre divino esgrimido pelo Duke of Wellington vai para Westminster. Wellesley é Tory British Prime Minister em 1828-30 e em 34, venerado como um dos Greatest Britons. O sucessor no No. 10 prepara agora o in/out referendum que, pelo voto popular, redefinirá o lugar de Britain in the World. O Brexit debate acelera por cá, aliás, com as alas a clamarem por inequívoca financial fairness no newest political game. Do lugar da espécie humana na changing Earth trata a Laudato Si/Sulla cura della casa comune, a segunda encíclica do Pope Francis, dedicada aos desafios climáticos. Centrando as mentes no “sfruttamento insensato delle risorse del pianeta”, o pontífice aponta a “miseria globalizzata” e foca o “legame inscindibile tra custodia del creato e promozione della giustizia.” A abrir estão belas palavras de San Francesco d’Assisi: — Laudato si’, mi’ Signore, per sora nostra matre Terra, la quale ne sustenta et governa, et produce diversi fructi con coloriti flori et herba.
St James, 22nd June
Very sincerely yours,
V