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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

SEMPRE AMANHÃ

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Entrei pela fronteira

Quis conhecer a terra de ninguém

Escutar os versos de um país de quem?

Lá, muito perto de onde todos se retiram

Pois os murmúrios, muitos

Vindos dos céus e do que não pode ser

Tecem os dentes num ranger duro e roto

E quem souber de um praticante destas terras

Saberá que Nero fez aqui Roma arder

E que os poetas se enterraram por calçar

Sois vós servido?

Para o frio levai coisa escolhida

E vão como eu palmilhando sem cuidado

Que a terra é de ninguém

E todos furtam consentidas e tiranas paciências

Ó vossa mercê, meu rei, observai

Que quase chego à outra terra

A que tem dono e terrestre muro

E pólvora soberba e disparo

Afinal, seguro

Por mãos ladronas, línguas longas,

Flores ufanas

Tanto e nunca, quando?

Amanhã

Sempre amanhã

 

Teresa Bracinha Vieira
Novembro 2015