AONDE O AMOR
E se tendo tu partido e eu voado
Depois voltas a que horas?
Eu no tempo de uma esperança
Lá bem onde repousa a alma
E as mãos se bordam de tão queridas.
Ah!, tu vens ao segundo som da água?
Querido, chorei eu por julgar-te
Desconhecedor das fontes
E afinal
Sabes das árvores, dos ramos, das rolas
E de tantas outras coisas onde minha solidão vive
Onde és o amante que acho ao te beijar
Aquele que diz nada ter apartado
Mesmo que algum dia
Tenhas tu partido
E eu voado pois não é
Que meu motivo conheceu a realidade
E no voo enleei vides nos meus cabelos
Protegendo-me como podia de uma suja e bruta fúria
Do tempo em que.
Depois,
A vida
Nós, pascendo fundamentos
No coração um do outro
Alimentos
De tão diversos laços
Só por ambos conhecidos, vividos
Onde agora se olham duas pombas.
E se tendo tu partido e eu voado
Depois voltas a que horas?
Eu no tempo de uma esperança
E tu,
Ao segundo som da água?
Teresa Bracinha Vieira
Novembro 2015