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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

AONDE O AMOR

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E se tendo tu partido e eu voado

Depois voltas a que horas?

Eu no tempo de uma esperança

Lá bem onde repousa a alma

E as mãos se bordam de tão queridas.

 

Ah!, tu vens ao segundo som da água?

 

Querido, chorei eu por julgar-te

Desconhecedor das fontes

E afinal

Sabes das árvores, dos ramos, das rolas

E de tantas outras coisas onde minha solidão vive

Onde és o amante que acho ao te beijar

Aquele que diz nada ter apartado

Mesmo que algum dia

Tenhas tu partido

E eu voado pois não é

Que meu motivo conheceu a realidade

E no voo enleei vides nos meus cabelos

Protegendo-me como podia de uma suja e bruta fúria

Do tempo em que.

 

Depois,

A vida

Nós, pascendo fundamentos

No coração um do outro

Alimentos

De tão diversos laços

Só por ambos conhecidos, vividos

Onde agora se olham duas pombas.

 

E se tendo tu partido e eu voado

Depois voltas a que horas?

Eu no tempo de uma esperança

E tu,

Ao segundo som da água?

 

Teresa Bracinha Vieira
Novembro 2015