Bem-aventurança
Da janela
Um pássaro
De recados
Transmitiu-me
Que o que seja
Há-de andar rápido
Ou não voasse a minha poesia
Para a tua direção
E eu máscara
E eu mulher
Loucura que finge não sentir dor
E tu
Tu
Sei que nunca encontraste
Uma magia de amor
Tão cheia de intenções
Que há tempos que
Não termino uma coisa
E aqui estou
Mais outro resto de noite
Por contar
A estender-te o coração
O peito, a mão e o olhar
E eis-me a mulher que bem conheces
Agora a dizer-te
De um ponto de vista diferente
Que em salvação morrerei
Sendo sempre capaz de te amar
A partir dessa experiência que não conheço
Mas que há-de ser a mesma
Contida no recado do pássaro
E que reside na história que vive
Dentro de ti, de mim, de nós
E que não sendo impostura
O que quer que seja
Há-de andar rápido no para sempre
Ou não voasse a minha poesia
Para a tua direção
Nossa
Ou não fosse escusado dizer
Que esta é a minha história
Tu
E que só irei embora depois de roubares
Dela a minha parte
Tu e eu
Embrulhados na árvore que ambos já tecemos
À espera do beijo, beijando-nos sempre
E enfim, restará a espera
De ouvir bater o meu caminho
Naquela canção que te escrevi
Em ti
No quanto
A minha provocação foi
Quando nos amávamos
Sem que fossemos mais uma experiência
Antes uma noite de magia e eu
Tu
À espera que esta verdade
Fosse a cura
Na busca das palavras
Que assim te canto
Teresa Bracinha Vieira
2016 dezembro