CRÓNICA DA CULTURA
Hoje eu e meu marido - casal jovem que só visto – fizemos esta bela figura:
Veio o metropolitano, e o meu marido desatou a correr gritando-me, corra, corra que são só três carruagens e corria, corria, e eu, obediente mas sob protesto, corria também, mas sempre a gritar o metro está escuro, todo escuro e corria, corria. Até que parámos pois todos olhavam para nós e de resto o metro não parava, nem parou.
Enfim. Carruagens à experiência e adultos em plena interpretação interpretativa da realidade.
Eu ainda disse ao meu marido quando me sentei bastante cansada:
Os do outro lado da plataforma estão a pensar: aqueles velhos correm que se fartam! Daqui a nada estão no Tejo!
E não é que de repente veio o metro deles só com três carruagens e eles, os da outra plataforma, que tanto se riram de nós, corriam que nem desalmados, atras das três carruagens e a fazerem gestos para o motorista parar? Pareciam doidos. O metro cheio, cheio, e eles, a correrem como se coubessem se o apanhassem.
Ele há coisas!
Teresa Bracinha Vieira