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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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A FORÇA DO ATO CRIADOR

 

Arquitetura. Forma do mundo e forma criada.

 

‘Uso o termo arquitetura num sentido positivo e pragmático, como uma criação inseparável da vida civilizada e da sociedade em que se manifesta.’, Aldo Rossi, L’architettura della cittá, 1966

 

Existe uma relação intrínseca entre as formas do mundo e as formas criadas. As formas que moldam a arquitetura contêm assim vida. 

 

As formas do mundo (matéria, que é vida já em sim) provocam no homem a acção de criar novas formas.

 

As formas são ativadas/criadas através de mecanismos intuitivos e têm a capacidade de ativar outros mecanismos ao serem assimiladas. 

 

A forma criada resulta de omissões ou acrescentos. Apresenta limites e indeterminações. É durante o processo de criação que o homem vai tendo uma imagem cada vez mais clara do que está em formação. A matéria é transformada por um processo físico, por ações e não por meras sensações.

 

As ideias advêm das formas da materialidade do mundo. A intuição é uma receção/perceção consciente e instantânea de um sinal/forma que imediatamente o homem transcreve e transmite na medida das suas capacidades. A perceção consciente resulta do poder de escolha do homem, e reflete as coisas do mundo, tal como um espelho. 

 

Pablo Palazuelo nos 'Cuadernos Guadalimar' (1978) escreve que o homem criador é um instrumento que aumenta a duração ou a intensidade do mundo, é um eco, um reflexo e uma repercussão. Uma forma nova procede de uma já existente e assim sucessivamente.

 

'La materia llamada orgánica o viviente, tiene su razón de ser em el ejercício de una constelación de funciones que son imprescindibles, para que ese cuerpo pueda continuar viviendo, desarrollándose y transformándose. Todas las vidas se transforman de unad en otras perpetuamente, 'como pasando', como en un fluir por siempre en busca de la forma otra, de la forma siempre nueva... la vida y sus formas no tiene fin.', Palazuelo

 

Ana Ruepp