LONDON LETTERS
Her Maj at the 92, The G7 Twitterstorm, and Historic Talks, 2018
Olhos e preces centradas na cidade estado de Singapore. É a histórica reunião entre os presidentes Donald J Trump e Kim Jong-Un, com o mundo em suspenso sobre o eventual acordo de desnuclearização “complete, verifiable and irreversible” da Korean Peninsula. O UN General Secretary António Guterres está pronto para apoiar a paz entre Seoul e Pyongyang.
O UK disponibiliza os peritos nucleares. — Chérie! L’histoire regarde ces deux. A Queen Elizabeth II celebra o 92.º aniversário com passeio a solo, em carruagem aberta, no Mall, e os tradicionais Trooping the Colour, na Horse Guarde Parade, a RAF Flyover, nos céus de London, e a saudação popular da Royal Family, na varanda do Buckingham Palace. O patriarca Prince Philip perfaz 96 anos, com o Duke of Edinburgh ora reformado da esfera pública. — Happy Birthday, Your Majesty. A damehood para a atriz Mrs Emma Thompson e a knighthood para o Literature Nobel Prize Mr Kazuo Ishiguro assinalam a Honours List, com 1,057 pessoas galardoadas por serviços ao reino. A House of Commons acolhe 48 horas de Brexit warfare. O Lab líder RH Jeremy Corbyn completa 35 anos como Islington North MP. O Quebec recebe tormentoso encontro do G7. A Shangai Cooperation Organization apresenta-se como cimeira alternativa, reunindo China, Russia e India. Beijing entrega a Friendhip Medal a Mr Vladimir Putin, a mais alta condecoração para estrangeiros. Italy fecha os portos aos barcos de pesca de emigrantes.
A tempestuosa cimeira canadiana do G7 vista por Beijing. © Courtesy China Daily
Beautiful Summertime at Central London. And very hectic days in Parliament. Mas comecemos pelas cenas extraordinárias ocorridas na cimeira das sete nações mais industrializadas do mundo. As emoções fortes vêm a público através das imagens, e uma fotografia como a logo divulgada pelo China Daily vale por 1000 palavras (ver em detalhe, sff). Mas a cimeira fica sobretudo marcada pela tempestade trumpista de declarações. É toda uma atitude; e é Trump vs The World. O senhor chega tarde aos encontros, declara “let us bring in the Russians,” a sua agenda não abre espaço para a reunião bilateral com a UK Prime Minister, indispõe-se com todos à volta da mesa e acaba a rasgar a declaração conjunta que assinara com os aliados. Na conferência de imprensa final desfecha que ali fora fazer “a free trade proclamation,” esgrimindo em estilo alpha behaviour com novas tarifas aduaneiras sobre as importações norte americanas. O homólogo gaulês riposta: “No leader is eternal.” Já a voar para Singapore, o POUS puxa do Twitter para enviar novas mensagens aos pares ‒ às 2:05am, 2:17am, 2:29am, 2:42am, 2:45am e 3:41am. Ilustração postal: “Why should I, as President of the United States, allow countries to continue to make Massive Trade Surpluses, as they have for decades, while our Farmers, Workers & Taxpayers have such a big and unfair price to pay? Not fair to the PEOPLE of America!” Mrs May por lá reúne a sós com Monsieur Emmanuel Macron, Frau Angela Merkel e Mr Justin Trudeau. Hoje encerra o dossiê em Westminster, face aos MPS, concluindo que foi “a difficult summit.”
Vagas alterosas esperam a Premier em Downing Street. As Brexit Laws começam a sua semana mais longa na House of Commons, após serem rasuradas nos Lords com 15 emendas. O Tory Government espera reescrever 14 destas alterações ao seu projeto legislativo com a anterior tinta. Tudo permanece incerto, porém, até à contagem de votos. RH Theresa May pede unidade ao reunir hoje com as tropas conservadoras no 1922 Committe. Há dias atrás sela tréguas no Cabinet, na sequência de tropel de rumores dando o Secretary for Exiting the European Union, RH David Davis, como estando prestes a demitir-se do cargo por causa dos arranjos aduaneiros, e ainda de pouco diplomáticas declarações do Foreign Secretary, RH Boris Johnson, num private dinner ecoado na Press, em torno da EU27 e de sensíveis assuntos internos e externos ‒ #Trump-Kim Summit incluído. O Number 10 navega as dificuldades em Westminster City com estoicismo, recato e leque de palavras neutras, como a senhora claríssimamente evidencia no ponto da situação brexiteira: “This is something that actually we don’t want ever to happen, in the sense that it is purely there in the circumstances where we have agreed the end-state customs arrangement, but for technical reasons it has not been possible to put that in place by January 1, 2021. We are clear that we expect that we will actually be able to have that end-state customs arrangement in place at the very latest by December 2021, but our focus, obviously, is going to be on making sure that we get that agreement which we have all agreed — and others are agreed — is the best way to ensure that we get the right relationship between the U.K. and the EU for trading in the future.”
Aguardo a passagem ao écran destes fantásticos eventos. Para já, fazendo a vontade a Mr Trump, os russos entram mesmo… na história do euroreferendo. Um bilionário que financia o Ukip e doa milhões ao campo do Leave é apontado com laços perigosos à embaixada moscovita em London. Entre emails sobre minas siberianas de ouro e almoços regados a vodka, Mr Arron Banks depôe hoje em comité parlamentar. Será divertido. Ligam-se vontades para intentar inquérito policial, a fim de detetar o rasto dos rublos. Um outro discreto euroinfluente vem à superfície. O DExEU Permanent Secretary informa ter regra dourada entre amigos. “If I sit down in convivial company, I make a rule — don’t talk about Brexit,” regista Mr Philip Rycroft. É prudente. As opiniões dividir-se-ão quanto aos protagonistas estarem à altura do script global, mas que este anda intrigante anda. — Zowie. With so many excitement in the air, better listen at heart those lines of ours Master Will in The Tempest: — “O wonder! / How many goodly creatures are there here! / How beauteous mankind is! O brave new world, / That has such people in't.”
St James, 11th June 2018
Very sincerely yours,
V.