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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO

 

XXXVIII - HISPANOFONIA

 

A hispanofonia integra a comunidade linguística de todas as pessoas que têm em comum a língua espanhola, iniciada pelos falantes iniciais que a diáspora castelhana conquistou e espalhou pelo mundo, quer a nível da Península Ibérica (com a submissão, por Castela, de Leão, Navarra, Aragão, Catalunha, Granada), quer pelos descobrimentos, em especial nos países hispano falantes atualmente mais concentrados no continente americano.

 

O seu núcleo central e nuclear localiza-se atualmente nos países que têm o espanhol como língua materna, oficial ou dominante.

 

Além de Espanha, na Europa, e da Guiné Equatorial, em África, a sua implantação predomina nos países hispano-americanos, dispersos entre a América do Norte (México), Central (Guatemala, Belize, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Cuba, República Dominicana, Porto Rico) e do Sul (Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina).

 

Também a população de origem hispânica nos Estados Unidos tem vindo a aumentar, dada a emigração e a queda da taxa de natalidade da população nativa daquele país, o que não garante, por si só, uma ameaça para a língua inglesa, mas é um estímulo para a subida do espanhol à categoria de segundo idioma, com forte presença em regiões como a Califórnia e o Texas.

 

Refira-se, na Ásia, a substituição do espanhol pelo inglês nas Filipinas, uma antiga colónia espanhola após a invasão pelos Estados Unidos, em 1899.

 

O que não invalida que a língua espanhola seja a segunda mais falada e de maior projeção internacional do mundo ocidental.

 

Dado o número de países, sua estabilidade, identidade e número de falantes que têm o espanhol como idioma materno, oficial e nacional, é uma língua que não está ameaçada, nem em risco. Excetua-se a Guiné Equatorial, que ascendeu à independência apenas em 1968, estando linguisticamente isolada.

 

Em termos continentais, tem grande implantação apenas em dois continentes: na Europa e maioritariamente na América, ao invés do português, mais disseminado, pluralizado e universalizado por vários continentes, embora menos falada.

 

Comprovativo de que o espanhol vai ganhando força e espaço, é a expansão do Instituto Cervantes, com um orçamento mais agressivo e generoso que o do nosso Instituto Camões, sem nunca esquecer que os dois principais idiomas ibéricos (espanhol e português), para além de globais, são concorrentes entre si.

 

03.07.2018
Joaquim Miguel de Morgado Patrício