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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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PUBLICAÇÃO DE UM LIVRO DE TOMAZ RIBAS, ANALISANDO E COMENTADO

 

Fizemos já aqui referência à reedição do livro de Tomaz Ribas “O Teatro e a Sua História”, numa iniciativa editorial e cultural da Fundação Inatel.

 

Recordamos aí as companhias e teatros a que Tomás Ribas esteve ligado, num movimento de renovação experimental que marcou o meio teatral português na época, precisamente  pelo sentido inovador das programações respetivas, mas também pela “adaptação” de edifícios, salas e ambientes que na época não tinham muito a ver com os espaços cénicos tradicionais: e citamos designadamente o Teatro Estúdio do Salitre, o teatro Experimental, o Pátio das Comédias e outras companhias e iniciativas de renovação.    

 

Na nossa Introdução do livro evoca-se a vida e a obra do grande escritor, dramaturgo, historiador e critico que efetivamente Tomaz Ribas foi, através da ação concreta, da gestão global, da obra escrita e da memória que legou à cultura portuguesa, sobretudo mas não só nas artes do espetáculo – teatro, dança, literatura, historiografia, cultura em geral.

 

O projeto e o evento assumem pois a maior relevância no plano geral da cultura, sobretudo, insistimos, na cultura das artes de espetáculo, pelo que se justifica mais esta referência especifica ao livro e ao evento em si.

 

E nesse aspeto, é interessante salientar a abrangência e independência da obra de Tomaz Ribas, bem expressa em primeiro lugar no âmbito e qualidade do estudo agora reeditado, que o autor intitulou “O Teatro e a sua História” e que efetivamente cobre e analisa toda a historiografia da arte dramatúrgica e da arte ou artes do espetáculo teatral, em 13 capítulos que abrangem, e citamos,  “Do Teatro Primitivo ao Teatro na Grécia e em Roma“ (capítulo I ) e termina com ”O Teatro Contemporâneo – O Experimentalismo e a Vanguarda” (capítulo XIII),  sendo as últimas referências  dedicadas ao futurismo,  ao surrealismo,  ao teatro do absurdo, ao dadaísmo, ao teatro da crueldade,  e encerrando com a referência a Grotowski e ao então chamado teatro pobre.

 

A primeira edição deste estudo de Tomaz Ribas data de 1978, tendo o autor trabalhado numa 2ª edição encomendada no inicio dos anos 90 mas que não chegou a terminar: faleceu em 21 de março de 1999.

 

Em boa hora é agora reeditado, numa edição enriquecida por dezenas de fotografias e ainda pelo prefácio de Francisco Caneira Madelino, pelo In Memoriam -Nota Biográfica de José Baptista de Sousa e pelos testemunhos de personalidades de destaque no meio literário e cultural, como João David Pinto Correia, Fernando Dacosta, António Vitorino de Almeida, Madalena Farrajota, Danilo Fernandes, Maria Teresa Almeida Lima, José Viale Moutinho, Benjamim Enes Pereira e Susana Sardo.

 

Um belo livro e uma justa evocação. 

 

DUARTE IVO CRUZ