LIBERDADE
E não é um sonho
Ter-te assim
Meu peixe de ouro
A indicar-me caminhos
Por um cordão umbilical
Vem, vem mais perto
E fala comigo
Da liberdade que te leva
Ao teu ninho seguro
E possa eu celebrar um mundo
Aquele pelo qual espero
Distinto, matinal, envolto
No meu peito peregrino
Com força de luta
Sem medo e sem dúvida
De que o jamais
É
Afinal uma alegria
União de tetos
Onde
Só tu, só tu, minha obra fantástica
Minha companhia
Que por ti
Recordarei o dia
Que mal nascia
Quando te perguntei
E antes já te vi?
E eu estava aqui?
Há passado e há futuro?
Perdeu-se algo durante a noite?
E não é um sonho meu peixe de oiro
Esta passagem na minha vida
Calvário de entendimentos
A história e os atores?
E tu?
Sempre que a semente rompe a terra
E o glaciar chora
Derretes
Pois que aqui nos vês os mesmos
Entre o ser e o nada
E ainda assim
A vigilância.
Teresa Bracinha Vieira