A NÃO ANTIQUÍSSIMA VIDA
Eis a morte sempre inclusa em sórdidos locais onde e aonde
permitimos que se não nidifique o viver
No Iémen ou noutro armazém faminto de aterradores sofreres só a finitude arrastada para lá e para cá nas nossas vidas
indica quanto o inesgotável direito à vida ficou por viver
sem que cada um de nós assumisse a data de início com a qual se comprometeu à promessa da carta que
com os nossos cumprimentos e preocupações para trás e para a frente ficou sem resposta ou a falta de vida no destino não fosse muda
sendo certo que em breve nada teremos a dizer nem sequer haverá nada para decifrar entre linhas no correio sem remetente de penas perdidas
e tanto direito de posse e de poder têm até os deuses que nas suas mãos deixamos a resposta a este esgar
mera lembrança de olhar
após o que
como se nada acontecido ou as guerras nem fossem empresas acesas
ou nós nem predadores da pobreza
não estivéssemos todos ateados por negligência
quando o corpo do vizinho é pasto de várias chamas abertas
onde não mora o dinheiro
já que este se aquartelou no quê e justificou o porquê
ó amor nosso de cada dia
que hora tardia em que se revela a ruína dos seres
como um regresso essencial a nada se salvar
hoje
ou sempre
traço a traço a juros de um demónio
que sempre fará colapsar antes da meta
a quem
Teresa Bracinha Vieira