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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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EVOCAÇÃO DE IONESCO EM PORTUGAL

 

Há anos, tive ensejo de evocar a primeira estadia de Eugène Ionesco em Portugal, numa visita, que tive o gosto de acompanhar, então como jovem estudante de Direito mas também como aluno-ouvinte da Secção de Teatro do Conservatório Nacional, visita essa ocorrida em 1959, portanto há exatos 60 anos.

 

Ionesco completaria 50 nesse mesmo ano. Filho de pai romeno e de mãe francesa, a sua vida pessoal e profissional dividiu-se entre os dois países até ao inicio da guerra: tinha regressado a França em 1938 e a partir daí assume-se como dramaturgo francês e como tal renovou por completo a dramaturgia a nível internacional, no que se chamava de início, passe a ironia da expressão, o “anti-teatro”...

 

Seria eleito membro da Academia Francesa em 1970.

 

Esteve em Portugal pela primeira vez nesse ano de 1959 para assistir à apresentação de um espetáculo de Jacques Mauclair no então Festival de Sintra, onde foram representadas, por uma companhia francesa, e obviamente em francês, “La Leçon” e “Les Chaises”. Pode-se imaginar o impacto, dado o ambiente então dominante: e no entanto o sucesso foi indiscutível e Ionesco voltaria e muitas vezes seria encenado.

 

Ora, é relevante referir as ressalvas do próprio Ionesco à designação consagrada e hoje corrente de “teatro do absurdo”: para ele, o teatro não era absurdo. Quanto muito, seria insólita a situação dramatizada.

 

De 1950 a 1975, Ionesco escreveu 29 peças, 7 ensaios e 4 romances. Foi traduzido e representado praticamente em todo o mundo.

 

E entretanto, a memória que guardo de 1959, é a de uma pessoa notável em todos os aspetos, isto na experiencia do longo passeio por Lisboa que Manuel Ivo Cruz meu irmão e eu próprio proporcionamos a Eugène Ionesco e a sua mulher, e de que conservo recordação e também a fotografia que aqui se reproduz!

 

 

DUARTE IVO CRUZ