CRÓNICAS PLURICULTURAIS
31. O TRABALHO QUE DÓI
O trabalho tornou-se a própria vida.
Adrenalina, stresse, excesso de horas, excitação, correrias, palpitações.
Há o excesso de trabalho.
Há o workaholism
O síndrome de burnout.
O trabalho que queima sem se ver.
Um permanente pico de trabalho que dói.
O corpo e a mente chegaram ao limite.
O trabalho passou a ser tudo na vida.
Sem queixume.
Sendo suposto que assim seja.
E quando se adora o que se faz, aceita-se fazer mais.
E o tudo torna-se sempre mais.
Mesmo se feito com menos.
Mesmo se aprazível, recompensador e reconhecido, o corpo e a mente sofrem.
Fadiga, exaustão física e emocional, o físico e o psíquico sem rumo natural.
Agudizado se há ausência de realização profissional.
Agravado pelas novas tecnologias ligando-nos 24 horas por dia.
Num mercado mais exigente em prazos, tecnologias e solicitações velocistas.
É um pico sucessivo de trabalho que dói!
Em que a saúde paga: ansiedade, depressão, hipertensão, sistema imunitário, coração. Ou há uma grande autodisciplina ou trabalhamos sem fronteiras.
Havendo outras coisas que deixarão de ser feitas.
O trabalho só dignifica se existir, antes de mais, uma vida.
04.06.2019
Joaquim Miguel de Morgado Patrício