Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO

 

XLVIII - NÃO AO COMPLEXO DE INFERIORIDADE LINGUÍSTICO (I)

 

A língua portuguesa surge como um fator de coesão e identidade.

 

Como elemento constitutivo e parte integrante de nós.

 

Esta factualidade comunga de uma caraterística de permanência inerente aos povos e países que a têm como idioma comum.

 

Daqui decorre uma estratégia possível começando, em primeiro lugar e por maioria de razão, nos seus falantes nativos. 

 

O que implica, desde logo, dizer não à glossofobia, endo-glossofobia e ao complexo de inferioridade linguístico.

 

Se o princípio da igualdade das línguas impulsiona, por um lado, um sentido crescente de respeito pela diversidade cultural e linguística, em contrapartida o desenvolvimento e a globalização resultante desse intercâmbio estimula o glosso-centralismo e uma uniformização cultural e linguística.

 

Se essa predisposição (ou paixão) desmedida para centralizar (ou uniformizar) deixa que a nossa língua seja preterida por uma estrangeira em termos de estatuto, praxe ou por inércia, é dizer sim à glossofobia.

 

E é dizer sim à endo-glossofobia quando os falantes da língua contribuem, de modo acrítico e gratuito, para a sua discriminação pela negativa.

 

O que propicia um complexo de inferioridade linguístico.

 

O que sucede com uma percentagem significativa de portugueses que, consciente ou inconscientemente, têm um complexo de inferioridade quanto à defesa e salvaguarda da língua portuguesa. 

 

Língua transnacional, transcontinental, transoceânica, de comunicação global, em crescimento e de vanguarda, terceira de génese europeia universalmente mais falada, quinta ou sexta à escala mundial, a mais falada no hemisfério sul, não faz sentido que, no presente ou a prazo, de forma expressa ou tácita, por consentimento, decisão ou por omissão, pactue com a glossofobia ou logofobia implícita. 

 

O que é mais grave quando os próprios falantes revelam pelo seu idioma baixa consideração, poluindo a própria água que bebem.   

 

18.06.2019
Joaquim Miguel de Morgado Patrício