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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

GEORGE STEINER: ETERNAMENTE!

 

Desde o passado dia 4 do corrente, nós, órfãos para sempre.

O silêncio total neste tempo de luto face ao pensar plantado por Steiner é o tudo existir que tenho para lhe agradecer: e bem sei que não basta!        

 

Tal é a razão das afinidades, que teremos frequentemente ensejo de observar, entre as fenomenologias da arte e as da abordagem ocidental da morte. Ao contrário do que pretende o cliché, o irmão da morte talvez não seja o sono, mas a arte, em particular a música. Ao mesmo tempo que exprime na sua essência a vitalidade, a força da vida e o prodígio da criação, a obra de arte é acompanhada por uma dupla sombra: a da sua possível ou preferível inexistência, e a do seu desaparecimento.

(…) Kafka a Milena: «Ninguém canta mais puramente que aqueles que estão no mais fundo do inferno; é o seu canto que tomamos pelo dos anjos». Deverá ser esse o único cantar?

De múltiplas maneiras emblemáticas da nossa condição moral, política e psicológica, neste momento da história, «o caos regressa». Mas estava também presente no momento da criação.

De George Steiner in GRAMÁTICAS DA CRIAÇÃO.

 

Teresa Bracinha Vieira