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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

UMA REDE NACIONAL DE TEATROS E CINETEATROS

 

Faz-se hoje referência ao projeto de criação institucional de uma Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, no âmbito do Ministério da Cultura.


De acordo com notícias divulgadas, trata-se de uma iniciativa integrada na proposta de Orçamento do Estado para 2021, a qual, nos termos do Ministério da Cultura, institucionaliza uma intervenção estrutural do conjunto de espaços e iniciativas de divulgação de espetáculos de teatro e cinema.


Sem pôr em causa a validade em si mesma da iniciativa, que obviamente nos parece positiva, e sem por agora analisar o projeto, há que referir então a oportunidade do debate que, espera-se, venha a desenvolver-se em torno desta institucionalização e organização, digamos assim mesmo, da rede de edifícios/espetáculos/cultura inerentes.


Importa entretanto ter presente os diversos aspetos que o projeto comporta. Desde logo, a própria abrangência do ponto de vista de património em si mesmo: entre teatros, cineteatros, cinemas e salas e recintos e espaços de espetáculo e de atividades culturais, estamos perante uma rede vasta e variadíssima na extensão e implicações urbanas, arquitetónicas, funcionais e económicas.


E se efetivamente competirá a entidades públicas definirem essa abrangência, torna-se imprescindível a conciliação gestacional em si mesma: sendo certo que se justificará ou mesmo se imporá a articulação repita-se institucional ao nível da gestão em si, mas sobretudo na articulação pública, privada nacional e municipal.


Tenha-se presente que a chamada Artemrede existe há 15 anos. 


E nesse aspeto, o que há desde já a salientar, é a projeção e a representatividade de quem assumiu a direção e a representatividade a nível nacional e local: citamos designadamente Catarina Vaz Pinto pelo Município de Lisboa, Luís Dias pelo de Abrantes, Daniel Figueiredo pelo da Moita, Luís Miguel Calha pelo de Palmela, Ana Cabral pelo de Pombal, e Marta Martins como diretora executiva.


Repita-se: sem questionar de modo algum a iniciativa e a representatividade cultural e institucional das individualidades citadas, há que referir então desde já aspetos determinantes, a saber, precisamente, a representatividade e a iniciativa, perdoe-se a redundância.

 

E uma coisa é certa: importa ter presente a relevância da rede de espetáculos e a necessidade de valorizar, nessa rede, os valores culturais em si mesmos, o que justifica, e de que maneira, o aproveitamento, a abrangência cultural e a garantia de funcionamento de uma rede de edifícios de espetáculo, em grande parte mas não só criada/ explorada no cinema mas que pode e deve ser também rentabilizada em outras atividades culturais.

 

DUARTE IVO CRUZ