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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO

 

LXXII - UMA SÍNTESE EVOLUTIVA (V)


A CPLP, organização internacional dotada de personalidade jurídica, veio institucionalizar a lusofonia, não provida de personalidade jurídica.


Partindo do pressuposto de que os países da CPLP, mesmo os mais desenvolvidos, como Portugal e o Brasil, são economias com desempenhos periféricos no atual contexto económico mundial (para além das assimetrias entre as partes), em que a cidadania lusófona pouco mais é que mera retórica; indicia-se que a sustentabilidade da lusofonia e da CPLP dependerão, no essencial e imediato, do relacionamento cultural, educacional, científico e tecnológico entre os países e o mundo lusófono que a partilham, cuja aproximação é facilitada no imediato por uma fala comum. 


Porquê não reforçar algo que nos une em permanência, através de um reforço da oralidade, som, luz, imagem, emoções e sentimentos, que uma mesma fala, no imediato, sem esforço e com naturalidade, comunica e transmite?   


Desde a criação de uma rede de formação e de docência CPLP, de livrarias lusófonas, de uma agência de notícias, de uma rede de rádio e de TV do conjunto de países e comunidades lusófonas dispersas pelo mundo, de feiras, congressos, simpósios, festivais, certames ou concursos, eventos paralelos na área do livro, do audiovisual (do CD ao DVD, passando por telenovelas, filmes, séries, documentários, reportagens ou séries televisivas), da música, da dança, do cinema, do teatro, da pintura, da escultura, da informática, da investigação científica, universitária, técnica, jurídica, ou outra, de toda a espécie de literatura, desde a técnica e científica, passando pelo jornalismo. Enveredar, a nível de ensino, pelo estudo de literatura de língua portuguesa ou lusófona, e não apenas angolana, brasileira, cabo-verdiana, moçambicana, portuguesa, etc., consoante o país em questão.


À semelhança do Prémio Camões, para a literatura lusófona, serem criados e partilhados outros prémios para as artes e ciências em geral. 


Investir no ensino, investigação, ciência, tecnologia e cultura em geral, numa perspetiva não estritamente linguística e imediatista, mas também porque é por aí que transitam e se produzem as ideias e o conhecimento.   


Essa aproximação direta e privilegiada, proporcionada pela língua, pode ser estendida ao desporto, do futebol ao atletismo, da natação a outras modalidades relacionadas com o mar que nos abraça, suas costas e praias, além de outros desportos, através da realização de torneios, taças e campeonatos. E porque não uns Jogos Luso-Afro-Asiático-Brasileiros, ou quejandos? 


Ou alguém duvida que iniciativas destas podem fazer mais pelo idioma e laços comuns do que as reuniões e cimeiras da CPLP até hoje feitas? 


Estas apostas para o futuro, passem ou não no quadro da CPLP, ou tão só por associações ou por sociedades civis lusófonas (consoante as situações), não impedem, no mínimo, que não possam ter contribuições políticas, incentivando-as, se e quando conveniente, ou necessário. 


Aliás, tais apostas devem ser feitas ou incentivadas pela CPLP enquanto bloco e não a nível bilateral, contrariando o que vem sucedendo e dando o exemplo, como referência, para as associações e sociedade civil em geral.  


05.02.2021
Joaquim Miguel de Morgado Patrício