CRÓNICA DA CULTURA
2. A CASA DOS 4 CAMINHOS: quando o propósito é o paradigma
Passeava-se hoje o pensamento enquanto lia a vida em voz alta.
Neste dia, desde que saíra da Casa dos 4 Caminhos, procurava uma direção que sabia muito além. Por isso passeava-se, assim, solto, sem dramas, abandonando-se ao cheiro das resinas e inebriado tanto quanto aprendiz.
Sabia que se não movia em áreas universais do conhecer e que muito lhe fora escapando enquanto guardador de algumas especializações.
Sabia da sua dificuldade em se atualizar como a vida.
Sabia que a sua formação continuava em tempo de múltiplos berços, com inúmeras interpretações por escutar, por concluir, e por já pouco esperançoso de ainda ser tempo do muito, decidira hoje passear-se sem inquietude maior que a do propósito.
Sabia, se sabia, que não queria apropriar-se do que de outros pensamentos recebera.
Agradecia-lhes tanto o terem-no deixado conhecer novas direção que, mais, seria impudor.
Sabia que a perceção de um código genético comum seria a leitura com a qual ouviria melhor a humanidade.
Sabia que para este conhecer, careceria de tirar férias de muitos movimentos e devagar e vulnerável, deixando de lado as metafisicas e as transcendências e os excessos de objetividade, construiria hoje o início de um paradigma que explicaria o instinto que contém a comum raiz humana.
Passeava-se hoje o pensamento.
Teresa Bracinha Vieira