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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

UMBERTO ECO E CARLO MARIA MARTINI (IV)

Em Que Crê Quem não crê? 

(Um livro acalorado e nós)

 

Cooperar num esforço comum, sem ambiguidades que valham como razão de comportamento moral, poderá ser uma das razões em que se fundamenta o dever de solidariedade sem que se invoque o transcendente como o caminho que a obriga. 


O que é humano, e com ele, o que é condicionado, pode injungir a que valha como profunda razão de atuar, o que afinal se impõe, e impõe como dever ao auxílio do outro que está em nós.


E tanto é o tanto que se pode negociar, entre nós e o nós-outro. 


Mas haverá que duvidar desta força humana, na medida em que a sua fragilidade reside no nós que se não aguentará no nosso limite? 


E se se criar um espaço, um espaço único ao respeito pela dignidade humana, aquela que é a possibilidade maior do que nós mesmos, maior, no sentido de mais elevada à vida, qual parte de um céu que a nós nos conhece com e sem véu. Já bastará? 


Desconhecemos. Somos propensos às questões de fronteira que, também aqui, expõem divergências de fundo. Indisciplinas? Tradições? Batizados? Doutrinas? O culto de Ísis, o verbo atar ou a mão do Papa? 


Mas, talvez por isso, eis uma das grandiosas razões singulares:  

apenas o diálogo, pode aportar um pouquinho de guia, lá mesmo no muito perto da morte ou da vida plena.

 

 

 Teresa Bracinha Vieira