CRÓNICA DA CULTURA
ANIVERSÁRIO
Porém, a terra movente, abre-se ao amor e apazigua-nos e fazemos filhos para todos os deleites dos poetas, e assim levamos semente e fruto à linhagem da esperança.
Começa um outro aniversário que não desconhece que vamos festejando entre o toque do recolher e o da alvorada militar, como se festa só assim.
Ou festa só diferente?
Festa só por nascimento ao qual somos devotos impacientes.
É para ele que construímos bairros de aço que se fazem à obra de não ceder, enquanto nós, vestidos com metal, sentados nos degraus dos vãos da história, aguardamos na sala de partos este imaginado.
Ímpar e para sempre, ele será a única força que nos apoia no limite do humano e nos sustém.
Sopramos então velas e aprendemos que as sopramos também pelo olvido dos sinais que nos perturbam.
E logo que o escriba se aproxima
Ditamos:
Ó deuses! que viver neste acesso é viver no dólmen das folhas, lugar onde a própria tristeza não é mais do que asa.
Que eu e quem me beija, ali entre, sem vergonha de tanto prazer.
Teresa Bracinha Vieira